São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

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Parte dos políticos nega ter feito indicação; outros relatam como foi a negociação

DA REPORTAGEM LOCAL EM SÃO PAULO

Deputados e outros políticos aliados ao governo dão versões distintas sobre sua participação na composição do quadro de dirigentes de ensino. Parte deles nega, mas outros falam abertamente sobre como atuaram para emplacar nomes.
O deputado Barros Munhoz (PSDB), líder do governo na Assembléia, diz que não indicou a dirigente de Mogi-Mirim, onde foi prefeito. "Fui prefeito, deputado, e ela continuou lá, procuro não interferir."
Paulo Barbosa (PSDB), deputado e ex-secretário-adjunto da Educação, também nega que tenha atuado para manter as dirigentes de Registro, São Vicente e Santos, sua base eleitoral. "Jamais pedi um cargo neste governo. Se houve dirigentes que ajudaram [em sua campanha eleitoral], foi porque trabalho muito pela educação."
O secretário municipal de Esportes de São Paulo, Walter Feldman, a quem é atribuído um dos cargos de dirigente em Guarulhos, é incisivo em sua negativa. "Alguém confundiu meu nome lá. Essas indicações são um tipo de ação que reprovo, ainda mais na educação."
A assessoria do deputado Aldo Demarchi (DEM) também afirma que ele pode, no máximo, ter dado aval para a nova dirigente de Limeira.
O deputado Orlando Morando (PSDB) negou que tenha indicado a dirigente de São Bernardo do Campo, onde é candidato a prefeito. Por meio de sua assessoria, afirmou que tinha divergências com o então secretário Gabriel Chalita, titular da Educação quando foi nomeada a dirigente.
O deputado Celino Cardoso (PSDB) também negou que tenha indicado a dirigente da Norte 2. "Conheço a professora porque sou atuante na região. Mas não fui eu que a indicou."

Jacareí
Já o presidente do PSDB de Jacareí, Blaird Cardoso, confirma que a dirigente da cidade foi nomeada depois de obter apoio do diretório municipal e do deputado Antonio Carlos (PSDB). "Ela é experiente, e nossa indicação foi acatada."
Outro caso em que a negociação política foi confirmada ocorreu em São Carlos, segundo o então presidente municipal do PSDB, Waldomiro Antonio Bueno de Oliveira.
Na ocasião, Oliveira chegou a consultar o deputado federal Lobbe Neto (PSDB-SP). "Ele disse: "Sou amigo dos dois [candidatos], sei que são competentes e são daqui. Qualquer um que for escolhido, [o cargo] estará em boas mãos'", afirmou ontem à Folha Oliveira, que continua filiado ao partido.
A reportagem procurou Lobbe Neto, mas foi informada por sua assessoria de que ele estava viajando.
O prefeito de Ituverava, Mário Takayoshi Matsubara (PSDB), também confirma que partiu dele, com apoio do deputado estadual Roberto Engler (PSDB), a indicação para São Joaquim da Barra.
Engler, por sua vez, nega. "Acho que ela foi escolhida por ter se destacado."
Baseado em Bauru, Pedro Tobias (PSDB) não foi localizado para comentar sua suposta indicação para a dirigente da cidade, de quem é amigo.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do deputado Uebe Rezeck (PMDB-SP), de Barretos, que não telefonou de volta.
A Folha não obteve resposta dos seguintes deputados: Rogério Nogueira (PDT), Edmir Chedid (DEM), Estevam Galvão (DEM), Pedro Tobias (PSDB), Rita Passos (PV) e Padre Afonso (PV).


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