São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Médicos prometem boicotar planos hoje

Profissionais de 23 Estados e do DF dizem que vão vetar atendimento a convênios em consultórios, clínicas e hospitais

Categoria pede reajuste de honorários; ANS diz que médicos têm que garantir nova consulta a paciente prejudicado

JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO


Médicos de 23 Estados e do Distrito Federal prometem suspender o atendimento a pacientes de alguns planos de saúde hoje. Médicos dizem que serão atingidas as operadoras dos planos que não negociaram demandas do setor desde a paralisação de 7 de abril. São três as reivindicações: 1) reajuste imediato dos honorários médicos; 2) previsão de reajustes anuais; 3) fim da interferência dos planos de saúde nas decisões médicas.
Em Roraima, Amazonas e Rio Grande do Norte, os serviços serão mantidos, pois há entendimentos locais entre operadoras e entidades. Segundo o CFM, a AMB (Associação Médica Brasileira) e a Fenam (Federação Nacional dos Médicos), a ideia é suspender atendimentos em consultórios, clínicas e hospitais. Emergência e urgência não serão afetados.
Aloisio Tibiriçá, vice-presidente do CFM, calcula a participação de 120 mil dos 160 mil médicos que trabalham com planos de saúde. Os planos atendem 46,6 milhões de pessoas no país.
A Folha tentou marcar consultas com dez médicos em São Paulo. Nenhum tinha horário, mas as secretárias informaram que o atendimento hoje seria normal.
A ANS diz que os médicos devem garantir novo agendamento e alerta que não podem cobrar pela consulta marcada com convênio.

INEFICIENTE
Tibiriçá classificou de "ineficiente" o trabalho da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), vinculada ao Ministério da Saúde, na solução dos conflitos.
"A desassistência avança a passos largos, sendo próxima do [que ocorre no] SUS, com perda de humanização." Segundo Florentino Cardoso, presidente eleito da AMB, as entidades querem elevar a R$ 60 o valor mínimo da consulta. Hoje, diz, a média é R$ 40. Os médicos protestam também contra "interferências" dos planos.
"Eles protelam atendimentos e tentam intervir para diminuir o tempo de internação", disse Cid Carvalhaes, presidente da Fenam. As entidades devem apresentar hoje ao Ministério da Saúde e ao Congresso, cartas com suas reivindicações.


Texto Anterior: Há 90 Anos
Próximo Texto: ANS diz que não pode interferir em honorários
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.