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Exército permanece em área vetada por ordem da Justiça
Militares deixaram praça no alto do morro da Providência, mas continuaram em locais proibidos por determinação do TRF
Exército não informou sobre a razão de ter reconduzido equipes à favela; moradores dizem que soldados fizeram ameaças ao deixar praça
DENISE MENCHEN
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Em atendimento a ordem judicial, militares do Exército
deixaram na madrugada de ontem a praça Américo Brum, no
alto do morro da Providência
(centro do Rio), mas continuaram em locais vetados por ordem do TRF (Tribunal Regional Federal) do Rio, como o
Cruzeiro (cume do morro),
com 20 homens, e a Vila Portuária, com mais seis.
O Exército não informou a
razão de ter reconduzido equipes à favela, apesar da determinação feita anteontem pela
presidência do TRF. O defensor público da União André Ordagcy disse que não contestaria
por entender que, até o dia 26,
há uma espécie de tolerância
em relação aos deslocamentos
dos militares pela favela.
O presidente do TRF (Tribunal Regional Federal no Rio),
Joaquim Castro Aguiar, proibiu o Exército de patrulhar a favela, ocupada desde dezembro
por militares, a pretexto de dar
segurança a obras do projeto
Cimento Social, parceria entre
os Ministérios da Defesa e das
Cidades. Aguiar só autorizou
que o Exército atue na rua Barão da Gamboa, local das obras
na base do morro.
No local, há cerca de 50 engenheiros militares e 200 homens do Exército.
Moradores da favela disseram ontem que, antes de deixar
a parte alta do morro, traficantes fizeram ameaças. Lilian
Gonzaga, mãe de Wellington,
um dos três rapazes mortos na
morro da Mineira por traficantes, disse que, na saída, militares gritaram que só deixarão a
favela quando tiverem vontade.
Outros moradores também
contaram que, na saída, os militares desligaram a iluminação
de imóveis do morro. O Exército não comentou as acusações.
Wellington, 19, e os amigos
David Wilson da Silva, 24, e
Marcos Paulo Campos, 17, foram entregues aos traficantes
da Mineira no sábado da semana passada, por 11 militares do
Exército que os detiveram na
Providência horas antes. Os
criminosos torturaram e mataram os rapazes.
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