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Paraná tem leis especiais e serviço policial modelo
DA REPORTAGEM LOCAL
No Paraná, 729 crianças desapareceram desde 1995. Deste total, apenas sete casos continuam
pendentes. O resultado se deve à
criação de leis voltadas para a segurança das crianças e da instalação de um serviço policial especializado nessa área, o Sicride
(Serviço de Investigação de
Crianças Desaparecidas), considerado modelo no país.
"Nossos policiais são diferenciados, pois para trabalhar aqui é
preciso saber lidar com crianças.
Temos pessoal especializado em
retrato falado e em envelhecimento de imagens, para termos uma
projeção de como a criança ficou
com o passar do tempo. Além disso, temos um serviço psicológico
pelo qual todas as crianças que
atendemos têm de passar, mesmo
quando apenas fugiram de casa e
voltaram espontaneamente", afirma a delegada Márcia Santos.
Segundo ela, na maioria dos casos (cerca de 70%), a criança fugiu
de casa. Neste ano, ainda de acordo com Santos, dos 74 casos de
desaparecimento registrados, todos já resolvidos, nenhum era relativo a seqüestro.
Em São Paulo, de cada quatro
vítimas de seqüestro, uma (25%)
é estudante, segundo levantamento revelado pela Folha, com
base em boletins de ocorrência registrados de janeiro a junho deste
ano em 42 municípios. Segundo o
governo estadual, 33 casos de seqüestro foram registrados no primeiro semestre deste ano, contra
29 no mesmo período de 2003.
O Sicride foi criado em 1995,
ainda como reflexo de uma onda
de desaparecimento de crianças
que assombrou o Paraná entre
1991 e 1992. Doze crianças sumiram nesse período. Nenhuma delas foi encontrada. Entre as mães
que perderam seus filhos estava
Arlete Caramês, que fundou o
Movimento Nacional em Defesa
da Criança Desaparecida.
No site da entidade (www.crian
casdesaparecidasparana.hp
g.ig.com.br), há uma lista com
quase vinte dicas de ações que os
pais devem adotar para proteger
seus filhos. Entre elas, não deixar
a criança brincar sozinha na rua
ou voltar desacompanhada da escola. "Na maioria das vezes em
que as crianças somem, elas estavam perto de casa. Não é que a
gente queira dar início a uma histeria, mas os pais sempre acham
que essas coisas só acontecem na
casa do vizinho e não tomam as
devidas precauções", afirma Marília Pomo Marchesi, coordenadora do movimento.
Entre as leis que dificultam a
ação de seqüestradores de crianças, Marchesi destaca a que proíbe a hospedagem de crianças em
hotéis sem a completa documentação dos pais e da criança e a que
exige que a criança tenha carteira
de identidade para ser matriculada na escola. "Com isso, as digitais da criança ficam registradas e
é mais fácil identificá-la. Podem
mudar o nome, o corte de cabelo,
mas as digitais não mudam."
(AL)
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