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Redução de danos enfrenta críticas
DA SUCURSAL DO RIO
A política de redução de danos,
defendida pela rede nacional de
usuários de drogas e que orienta
ações que são apoiadas pelo Ministério da Saúde, não é consensual entre grupos ou órgãos públicos que trabalham com a questão
das drogas no Brasil.
No Rio de Janeiro, por exemplo,
a Secretaria Especial de Prevenção
à Dependência Química, ligada à
Prefeitura do Rio, faz duras críticas em sua página na internet a essa política.
"A redução de danos teve um
preço trágico onde foi aplicada.
Em alguns países, como Holanda,
Suíça e Suécia, resultou num dramático aumento do uso de drogas. Como conseqüência, a Suécia, por exemplo, adotou uma severa política antidrogas ao constatar que as leis mais brandas causaram efeito devastador", diz a secretaria em seu site.
A secretaria lista ainda o que
considera alguns perigos dessa
política de redução de danos, como "promover programas que
mantenham a adição", "a inversão do conceito de ser contra as
drogas para saber como usar as
drogas" ou a "disseminação da
idéia de que o uso de drogas pode
ser feito com segurança e de maneira responsável".
Narcóticos Anônimos
O grupo de Narcóticos Anônimos de São Paulo, por exemplo,
não trabalha com a hipótese de
usar com moderação ou responsabilidade drogas que tenham
causado dependência.
Segundo o comitê de relações
públicas da entidade, um dos
princípios do NA é que, "para se
recuperar", não se deve usar nenhum tipo de drogas.
"Não acreditamos no uso controlado", disse um integrante do
comitê entrevistado pela Folha,
mas que pediu para não ser identificado.
A política de redução de danos
tem também muitos defensores.
O Ministério da Saúde, por exemplo, estabeleceu, em março do
ano passado, em sua Política da
Saúde para Atenção Integral aos
Usuários de Álcool e Outras Drogas, que a abstinência não deve
ser a única meta viável e possível
oferecida aos usuários.
Essa posição, no entanto, não
exclui campanhas de prevenção e
de incentivo ao não-uso da droga.
Uma das primeiras e mais visíveis ações da política de redução
de danos no país foi implementada com o apoio do Programa de
Orientação e Atendimento a Dependentes do Departamento de
Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo.
Em 1994, em convênio com o
Ministério da Saúde, profissionais
fizeram um trabalho com usuários de drogas injetáveis para ensiná-los a utilizar técnicas de eficácia comprovada para desinfecção de agulhas e seringas.
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