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Mesmo após obterem resultados, garotas mantêm mania por exercícios
DA REPORTAGEM LOCAL
Paloma e Rosemeire têm 23
anos e passam de cinco a seis horas por dia na academia, seis dias
por semana. Paloma tem 1,51 m e
pesava 75 quilos. Perdeu 18 quilos
fazendo exercícios, mas continua
não gostando das coxas por achá-las grossas demais.
Rosemeire tem 1,64 m e perdeu
19 quilos depois que nasceu seu filho. Já ganhou sete fazendo exercícios na academia, mas continua
não gostando das canelas por
achá-las finas demais.
As duas tinham motivos para
tentar mudar suas formas, uma
estava muito acima do peso e a
outra, muito abaixo. A questão é
que transformaram a academia e
os exercícios físicos numa obsessão, onde passam boa parte do
dia. As duas frequentam a Anna
Alexzzez, uma academia na região central da cidade.
Paloma Barreto Cano, fonoaudióloga de formação, trabalha
com eventos, a mesma atividade
de Rosemeire Araújo. Uma chega
na academia por volta das 11h e
sai por volta das 17h, quando não
aproveita para fazer os cabelos, as
mãos e os pés, o que estica a jornada por mais uma hora. A outra
chega no meio da tarde e às vezes
sai quando a academia fecha, às
22h. "Muita gente passa aqui pelo
menos três horas por dia", diz
Anna Alexzzez, a proprietária.
No seu ritual cotidiano, Paloma
Cano faz alongamento, musculação, quatro séries de 30 abdominais, pratica aero-jump, saltando
numa cama elástica, participa das
aulas de danças e ainda faz "eletroterapia, um tratamento para a
celulite". "Não consigo imaginar
minha vida sem a academia", diz.
"Gosto do que vejo"
A tradutora Sarita Pavia, 41, está
no grupo das pessoas que só conseguiu emagrecer depois de tratar
sua obesidade como um transtorno de imagem. Depois de 20 anos
fazendo dietas, ela emagreceu
combinando psicoterapia com
exercícios físicos.
"Eu tinha 1,56 m e pesava 90
quilos. Achava que um dia ia tomar uma pílula e acordar magra.
Quando nasceu meu primeiro filho, parei de trabalhar, virei dona-de-casa, comia com mais frequência, não fazia atividade física
nem me preocupava com as roupas que estava usando."
Quando as crianças foram para
a escola, começou a fase das dietas, ela conta. "Era sempre igual,
eu ia ao médico, que pedia exames, puxava de uma gaveta a
mesma fórmula e receitava os
mesmos remédios que me deixavam nervosa. Cada quilo que perdia, ganhava dois. Passei a não
sair de casa, se tinha um jantar fora, eu evitava, me sentia imprópria, não conseguia me arrumar.
Em casa eu estava protegida."
No inverno do ano passado, Sarita Pavia diz que conheceu o serviço de orientação do Hospital
das Clínicas. "Descobri que o problema estava dentro de mim, não
na dieta. Comecei a caminhar, hoje faço três horas de exercícios por
dia, caminhadas, musculação, abdominais. Já perdi 28 quilos, estou com 62, e sei que não vou chegar aos 52, como gostaria. Aprendi a não mais olhar para os números da balança, mas para o espelho. E quando me vejo no espelho,
gosto do que vejo."
(AB)
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