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EDUCAÇÃO
Brinquedotecas trabalham sem infra-estrutura
DO "AGORA"
Falta de verba e de pessoas com
qualificação profissional fazem
com que as brinquedotecas da
Prefeitura de São Paulo, criadas
para ser uma opção de lazer para
as crianças, trabalhem com improviso e sem infra-estrutura.
O projeto, que teve sua primeira
unidade criada há um ano e meio,
conta hoje com seis endereços em
funcionamento, instalados em
clubes esportivos municipais. O
gerenciamento é de responsabilidade da Secretaria Municipal de
Esportes.
A reportagem visitou quatro
das seis brinquedotecas da cidade
na última quarta e verificou que o
projeto ainda engatinha.
A maior parte dos brinquedos
foi conseguida por meio de doação dos moradores da região. Não
é difícil verificar brinquedos quebrados. Para tornar o projeto viável com pouco recurso, uma parte
dos brinquedos é feita com material reciclado.
Duas das seis unidades não puderam ser visitadas pela reportagem porque estavam fechadas. As
brinquedotecas da Barra Funda
(zona oeste) e do Cambuci (zona
sul) estão em recesso há duas semanas. Por falta de espaço, a brinquedoteca do Jardim Cabuçu (zona norte), inaugurada no dia 27
de novembro, foi instalada na casa de máquinas do clube, que está
desativada. "Estamos aguardando uma reforma para arrumarmos um lugar melhor", disse a diretora do clube, Maria Inês Ramalho, 45.
A falta de pedagogos e o baixo
número de monitores restringe o
horário de funcionamento. A unidade da Mooca só funciona com
agendamento. "Temos duas monitoras, mas uma está de férias.
Ela vem quando tem escola agendada", confirma uma das administradoras do clube, Eleni Machado, 42.
A unidade do Ipiranga, a mais
antiga, conseguiu um novo espaço com a divisão do salão do clube. A diretora, Adjacir de Toledo,
40, conta que conseguiu uma parceria com a viação Taboão e uma
vez por mês busca crianças da favela de Heliópolis para passar o
dia na brinquedoteca.
Outro lado
Segundo a coordenadora do
projeto de brinquedotecas da prefeitura, a pedagoga e mestre em
Educação Infantil Roselene Crepaldi, 39, a unidade do Cambuci
passa por um rearranjo para receber o projeto Recreio nas Férias,
também da prefeitura, e ficará fechada até o dia 6 de janeiro.
Já a unidade da Barra Funda
funciona em parceria com a USP.
"Como as monitoras são bolsistas
da universidade, entram de férias
nesta época do ano e a brinquedoteca acaba fechando." A reabertura da unidade ainda depende de
um contrato de patrocínio.
Ela ressalva que a verba destinada para o projeto deste ano foi pequena. Segundo Roselene, o valor
é de R$ 20 mil. "É preciso considerar que se fôssemos implantar o
projeto nas condições ideais, ainda não existiria nenhuma dessas
brinquedotecas."
Para o ano que vem, a intenção,
segundo Roselene, é passar a responsabilidade das brinquedotecas para as subprefeituras.
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