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ENTREVISTA
Sociedade promove uso da fitoterapia
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma nova resolução do governo e a criação de uma sociedade
de fitomedicina pretendem contribuir para que os fitoterápicos
-os remédios à base de plantas- ganhem mais segurança e
maior credibilidade. Nas próximas semanas, a Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária)
divulga uma nova resolução onde
define as categorias de fitoterápicos: os fitomedicamentos
-aqueles que passaram por todos os testes e ensaios clínicos, como acontece com os remédios
alopatas; e os medicamentos fitoterápicos tradicionais, aqueles feitos a partir de plantas com benefícios "alicerçados" na tradição e
com publicação científica que
comprove esses benefícios.
A resolução também amplia de
13 para 30 o número de plantas
consideradas de uso medicinal.
"Outra novidade é a exigência
de um pré-registro e de um pós-registro", diz José Roberto Lazzarini Neves, presidente da recém-criada Sobrafito, Sociedade Médica Brasileira de Fitomedicina. Significa que o laboratório acompanhará o uso dos seus fitoterápicos, fazendo o que se chama de
farmacovigilância, que é a observação e a informação de possíveis
reações adversas que o remédio
possa provocar.
"Essas exigências levarão a uma
seleção dos laboratórios."
Abaixo, trechos da entrevista
concedida por Lazzarini Neves:
Folha - A criação de uma sociedade médica e a produção de medicamentos por laboratórios não significa uma ameaça à tradição milenar das plantas medicinais?
José Roberto Lazzarini Neves - A fitomedicina e o fitomedicamento,
assim como a Sobrafito, vieram
para garantir qualidade científica
aos remédios extraídos das plantas. Já estamos montando um
curso para médicos e farmacêuticos na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e em maio faremos o 1º Congresso Brasileiro
de Fitomemedicina. Mas não significa que estamos negando a fitoterapia tradicional, especialmente
num país onde 85% da população
não têm acesso a medicamentos.
Existem dezenas de prefeituras
que cultivam suas plantas medicinais e preparam os medicamentos. No Ceará, há o Projeto Farmácia Viva, que cultiva, produz e
fornece os medicamentos.
Todas essas atividades estão na
abrangência da Sobrafito. Vale
lembrar que há registros da fitoterapia 60 mil anos atrás. E que, a
partir de 1978, a Alemanha passou
a equiparar esses medicamentos
aos alopatas e criou uma comissão de especialistas para estudar
os princípios ativos das plantas.
Sobrafito: tel. 0/xx/11/38180841
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