|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tempo de negócios
DA REDAÇÃO
"Chinamania. Esse é um nome
apropriado para o que está acontecendo." David Jye Yuan Shyu se
refere a uma situação diferente da
que viveu em três décadas anteriores como professor de mandarim do Centro Social Chinês.
Até recentemente, o trabalho
dos professores de chinês não
despertava tanto interesse, podendo mesmo ser visto como algo
dirigido a um grupo muito restrito, em geral de origem chinesa.
Professor da Universidade de
São Paulo e autor de uma tese sobre a linguagem da comunidade
chinesa, David Jye Yuan Shyu estudou a integração social dos descendentes. Em processos desse tipo, a tendência geral é a não-utilização da língua original do grupo
imigrante pelas novas gerações.
Com a aproximação comercial
Brasil-China, um novo aspecto
surgiu. A questão deixou de ser
apenas de identidade cultural. O
conhecimento da língua tornou-se artigo dos mais valorizados,
atraente para um público mais
amplo, de origem chinesa ou não.
Neste ano, 25 alunos se matricularam no curso de língua chinesa 1
na USP. A média em anos anteriores era de cinco alunos. Chen
Tsung Jye, professor do Departamento de Línguas Orientais da
USP, nota uma mudança de atitude. Os novos alunos são mais empenhados e encaram o aprendizado como um investimento.
Centros de ensino do idioma
(cerca de 30 na cidade) registram
aumento de procura. A oferta de
trabalho para profissionais que
dominam a dupla mandarim-português parece inesgotável.
"No final de 2003, a demanda de
trabalhos de tradução triplicou",
diz Rebeca Lin Jun, tradutora pública, jornalista de um dos dois
jornais da comunidade e bailarina
do grupo de dança Tangyun.
Ela chegou ao Brasil ainda adolescente, em 1986, vinda de uma
região do sudeste da China.
Formada em letras pela PUC de
Campinas, hoje suas noites e seus
fins de semana são ocupados com
trabalhos de tradução para empresas brasileiras e chinesas.
(ECD)
Texto Anterior: Chineses em São Paulo Próximo Texto: Depoimento: Mandarim, a outra muralha da China Índice
|