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Índios pediram banheiro coletivo fora das casas
LUIZ CARLOS MURAUSKAS
REPÓRTER FOTOGRÁFICO
Parte dos índios da aldeia do Ribeirão Silveira, em São Sebastião
(SP), pediu à CDHU que construísse banheiros coletivos fora
das casas, em vez dos banheiros
internos com os quais os brancos
estão acostumados.
Acostumados a utilizar fossas
sépticas, eles diziam considerar
anti-higiênica a instalação de banheiros dentro de suas casas
-uma questão de cultura.
Apresentados aos vasos sanitários que seriam usados em suas
novas casas e ao sistema de esgoto, que prevê o tratamento dos dejetos como forma de preservação
da mata atlântica, eles aceitaram a
construção dos banheiros.
A índia Tchegria, 66, diz que o
mau cheiro da aldeia diminuiu
após o início da construção das
habitações.
"Em toda a minha vida, eu não
sonhava em ter uma oca como essa", declarou.
Kretju, 29, se disse satisfeita
com a nova casa, mas afirmou estar ansiosa para o início do programa de desenvolvimento do artesanato que será implantado em
sua aldeia.
Ela diz que hoje precisa viajar de
ônibus para vender os produtos
que faz.
"Vamos construir tendas na aldeia para receber os turistas e vender o artesanato."
A subsistência dos índios é uma
preocupação permanente das entidades que coordenam o PMI
(Programa de Moradia Indígena).
Na aldeia Vanuíre, em Arco-Íris
(a 600 km de SP), os 200 índios
das etnias kaingang e krenak vivem da lavoura de amendoim,
milho e arroz.
O maior problema deles é a falta
de sapé e coqueiros, habitualmente usados nas construções. A
CDHU estuda formas para construir casas com esses produtos na
região.
Todos os projetos são acompanhados por técnicos da Funai
(Fundação Nacional do Índio) e
discutidos com representantes
das etnias guarani, terena, kaingang, pankararu e krenak.
Colaborou a Reportagem Local
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