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"Teoria da higiene" não vale para a AL
DA REPORTAGEM LOCAL
A "teoria da higiene", utilizada
para explicar o aumento de doenças alérgicas em países desenvolvidos na década de 90, parece não
ter aplicação para a América Latina, explica Charles Naspitz, professor-titular da disciplina de
Alergia, Imunologia e Reumatologia da Pediatria da Universidade Federal de São Paulo.
Formulada por um pesquisador
inglês, David Strachan, a teoria
diz, em resumo, que a ausência de
estímulos infecciosos nos países
ricos -traduzindo, casas e ambientes comuns livres de bactérias, doenças parasitárias- teria
causado um desvio no sistema de
defesa do organismo. Em vez de
combater infecções, este teria passado a fabricar anticorpos contra
substâncias antes inócuas, como
pó e ácaro, o que explicaria o crescimento de doenças alérgicas.
Um estudo internacional, o
Isaac (sigla em inglês para estudo
internacional sobre asma e alergias na infância), mostrou, no entanto, que em países em desenvolvimento as prevalências são quase
tão altas quanto as de países desenvolvidos. O Brasil, ao lado do
Peru, ambos com prevalências de
20% a 30%, perde somente para o
Reino Unido, Austrália e Nova
Zelândia, com 35%. No Brasil,
crianças entram em contato com
bactérias três horas após o nascimento, contra três meses em países desenvolvidos.
FL
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