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JAQUELINE NASCIMENTO SILVA (1977-2008)
Coroada no tempo das rainhas eleitas
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Do amontoado de números anunciados incansavelmente pelo locutor, calculou
a Estação Primeira de Mangueira que só lhe cabia o
quarto lugar na apuração.
Nada que estragasse a festa de Jaqueline Nascimento
Silva naquele Carnaval de
2006. Carioca de São Cristóvão, começou menina na
avenida, aos dez, metida em
verde-e-rosa. Mal sabia que,
se parasse ali e contasse 18
anos, seria rainha da bateria.
Chegou a fazer jornalismo,
sem terminar o curso. Tornou-se, então, gerente de
banco, mas uma tendinite a
havia afastado do trabalho
nos últimos dias.
Justo naquele Carnaval de
2006, foi coroada. Última
rainha eleita, fechou a era
das votações na Mangueira
-a partir de 2007, a escola
passou a convidar as rainhas.
Com os ventos da democracia carnavalesca a seu favor, foi eleita princesa do
Carnaval do Rio de 2007.
Descoberta pelas câmeras,
fez ponta no "Zorra Total" e
no "Casseta e Planeta" e, em
novembro último, estampou
capa da "Playboy".
O DNA real veio da mãe,
ex-rainha do bloco Balanço
da Mangueira. A ela Jaqueline deixou um presente. Foi
por iniciativa da filha que as
paredes da casa, lá em São
Cristóvão, se ergueram. A casa, em fase final, Jaqueline
não viu pronta.
Na madrugada de sábado,
morreu aos 31, vítima de um
acidente de carro na Régis
Bittencourt, durante viagem
a Curitiba com o marido, capitão do Exército, que sobreviveu. Planejava ter filhos em
breve, lembrou a irmã.
obituario@folhasp.com.br
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