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BRÁS
Ambulantes dizem ter perdido licença por não pagar propina
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
Camelôs que perderam
suas licenças para trabalhar
no Brás afirmam ter sido
perseguidos por não contribuir com propinas para uma
suposta quadrilha que usava
a infra-estrutura da Subprefeitura da Mooca -13 pessoas foram denunciadas pelo
Ministério Público.
Deuzimar Barros Trajano,
44, diz que não foi informado
do motivo oficial de ter perdido seu TPU (Termo de Permissão de Uso), após 20 anos
atuando legalmente. "Perdi
em maio, mas trabalho só
com nota fiscal e não cometi
nenhuma irregularidade."
Maria Lúcia Costa, 61, afirma que sua barraca de lanches foi fechada sob a alegação de que estava em cima da
faixa de pedestres. "É mentira. Agora, estou sem renda e
não tenho ninguém para me
ajudar", disse ela, que afirma
trabalhar regularmente como camelô há 30 anos.
A Subprefeitura da Mooca
alega que Maria e Trajano
perderam as licenças por irregularidades. Segundo o órgão, a barraca de Maria estava na faixa de pedestres, tinha o triplo do tamanho permitido, três funcionários,
manipulava alimentos e utilizava botijão de gás.
A subprefeitura não conseguiu apurar as supostas irregularidades de Trajano.
Ontem à noite, após ficar
12 dias preso, Felipe Eivazian, ex-chefe dos fiscais da
Subprefeitura da Mooca, deixou o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste, por
decisão da Justiça, que lhe
concedeu a liberdade provisória, em caráter liminar.
Ele e seu irmão, Georges
Marcelo Eivazian, ex-assessor da subprefeitura, que
continua preso, são acusados
pelo Ministério Público Estadual de integrar a suposta
quadrilha.
"Só tenho a declarar que
somos inocentes", disse Felipe, na saída.
O ex-chefe dos fiscais foi
solto por decisão do desembargador Roberto Mortari,
que em seu despacho afirma
que a investigação não especificou qual a participação de
Felipe na suposta quadrilha.
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