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Acusado de vender remédio tarja preta na internet é preso
Operação Pedra Redonda da Polícia Federal resultou na prisão de seis pessoas
Dois carros de luxo e uma casa de alto padrão na Flórida foram localizados em nome do suposto chefe do grupo, o estudante Diego Podolsky
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A Polícia Federal deflagrou
ontem uma operação de combate à venda ilegal, pela internet, de remédios de uso controlado. Batizada de Pedra Redonda, resultou na prisão de seis
pessoas: quatro no Brasil, uma
no Uruguai e uma nos EUA.
A ação teve o apoio da DEA
(agência antidrogas americana) e do governo uruguaio.
Dois carros de luxo -entre
eles uma Ferrari- e uma casa
de alto padrão na Flórida
(EUA) foram localizados em
nome do suposto chefe do grupo, o estudante universitário
Diego Podolsky, 25, preso em
Montevidéu (Uruguai). Bruno
Ratnieks, 26, apontado pela PF
como braço-direito de Podolsky, também foi preso.
Ratnieks, o pai, a mãe e um
irmão de Podolsky são suspeitos de integrar a suposta quadrilha. Foram presos em Porto
Alegre, no bairro Pedra Redonda, região de classe média alta
que deu nome à operação.
Segundo a PF, Podolsky é titular de contas no exterior com
"vários milhões de dólares".
Em uma conta no Panamá, havia US$ 4 milhões, disse o delegado Alexandre Isbarrola.
A investigação apontou que o
estudante coordenava uma espécie de farmácia virtual na internet, que vendia drogas sintéticas de uso controlado, conhecidas no Brasil como remédios
de tarja preta. Segundo a PF,
eram vendidos, em média, cerca de 8.000 comprimidos por
dia. Bastava que o comprador
tivesse um cartão de crédito para adquirir os remédios.
A maior parte dos clientes
era dos EUA. Um médico preso
naquele país assinava receitas
para validar os pedidos com os
laboratórios que remetiam os
remédios pelo correio.
O suposto esquema começou
a ser apurado a partir de outra
operação da PF, a Ouro Verde,
que desarticulou em março de
2007 um grupo especializado
em ocultar do Banco Central
serviços bancários clandestinos on-line.
Por meio de um "banco paralelo", que usava uma financeira
da capital gaúcha como fachada, o esquema criava contas para lavar dinheiro (legalizar recurso de atividade ilegal). Podolsky seria um dos "clientes"
desse banco ilegal, e sua movimentação financeira atraiu a
atenção da PF.
Depois da Operação Ouro
Verde, Podolsky, para não ser
preso, viveu em países europeus, nos Estados Unidos e no
Uruguai. Foi localizado em
Montevidéu com a ajuda de
agentes uruguaios.
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