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EDUCAÇÃO
Iniciativa de funcionária integrou vizinhança e colégio na zona leste de SP
Zeladora e clube de mães atraem comunidade a escola
DA REPORTAGEM LOCAL
Na escola estadual Blanca Zwicker Simões, no bairro Anália
Franco (zona leste de São Paulo),
as manhãs de sábado são dedicadas a aulas de canto abertas à comunidade. Aos domingos, são os
evangélicos que frequentam o local para jogar futebol. Às segundas e às terças, é a vez de um vizinho ir à escola para cuidar da horta. A integração entre o colégio e a
vizinhança, no entanto, não é fruto de nenhuma ação governamental, e sim da zeladora do local,
Rosana Bastos.
Funcionária da escola há 18
anos, há cinco anos ela assumiu a
zeladoria e se mudou com o filho
para dentro da unidade. A primeira ação da nova moradora foi
combater as invasões noturnas
que ocorriam no local.
"Fui de porta em porta na vizinhança perguntar se eles topavam
pagar um guarda que vigiasse
tanto a escola quanto a rua." Resultado: a escola possui hoje duas
guaritas, com seguranças pagos
pelos moradores da região.
Mas Bastos ainda não estava satisfeita. "Escola vazia é um tédio
sem fim." Foi quando surgiu a
idéia de chamar ex-alunos do colégio para jogos de futebol aos fins
de semana. Como contrapartida,
o "aquecimento" dos atletas era
um mutirão de limpeza no local.
O medo da zeladora era que
suas ações pudessem ser consideradas "ilegais". Autorizada pela
diretoria, porém, articulou um
curso de canto. E segue com novos planos: agora, Bastos quer fazer um convênio para montar
uma pista de kart na escola.
Clube de mães
Um processo parecido, mas capitaneado por um grupo de mães,
ocorreu na escola municipal de
educação infantil Dulce Hauck,
na Vila Brasilândia (zona norte).
Em 2001, em parceria com a diretora do colégio, as mães formaram um clube, no qual umas ensinavam às outras alguma habilidade, como desenhar ou criar peças
artesanais. O grupo começou a
atrair pais e adolescentes e mudou de nome, virou a "Oficina dos
Amigos Dulce Hauck".
Hoje, a escola oferece a cerca de
300 alunos aulas de artesanato,
música, teatro, espanhol, francês
e inglês -este último com 80 pessoas na fila de espera. Apenas nos
últimos meses a escola entrou no
programa "Escola Aberta".
(AMARÍLIS LAGE)
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