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EDUCAÇÃO
Após a prefeita Marta Suplicy inaugurar os CEUs, governador Alckmin inicia programa que também abre colégios à comunidade
Escolas abertas viram bandeira de PT e PSDB
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Três semanas após a prefeita
Marta Suplicy (PT) e o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva terem
inaugurado o primeiro CEU
(Centro Educacional Unificado),
é a vez de o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) apostar suas fichas na área da educação -que
promete ser um dos pontos centrais da próxima campanha para a
Prefeitura de São Paulo, em 2004.
Ontem, Alckmin deu início, nos
5.919 colégios estaduais de São
Paulo, ao projeto "Escola da Família", que consiste na abertura
dessas unidades, aos finais de semana, para ações com a comunidade. Hoje, o governador irá visitar uma dessas escolas no Jardim
São Luiz (zona sul), acompanhado de Gabriel Chalita, secretário
estadual da Educação.
A previsão é que 300 pessoas
participem das atividades desenvolvidas em cada escola aos fins
de semana. As ações não são predeterminadas pela secretaria, mas
devem ser relacionadas a esportes, cultura, saúde e qualificação
profissional. Serão investidos R$
46 milhões neste semestre.
Chalita, um dos nomes cotados
para disputar a prefeitura da capital pelo PSDB, nega que pretenda
se candidatar. Ele afirma, porém,
que o principal foco da próxima
campanha será as ações educacionais de cada candidato. "O eleitor
tem de estar atento para isso", diz
o secretário, que tem criticado frequentemente os CEUs -vitrine
da administração Marta Suplicy.
Os CEUs têm como um dos destaques o fato de abrir aos finais de
semana para a comunidade, a
exemplo do que o governo faz
agora. Com opções como piscinas, teatros e pistas de skate, duas
unidades já foram inauguradas,
de um total de 21 prometidas até o
ano que vem.
As medidas dos dois governos
chegam com atraso. Professores,
pais e moradores já vinham, por
iniciativa própria, desenvolvendo
ações bem-sucedidas de "escolas
abertas" (leia texto na pág. C5).
"A minha crítica aos CEUs é que
a prefeitura não vem investindo
na resolução dos problemas de
vagas nas escolas em São Paulo,
nem em creche nem educação infantil, que são de responsabilidade só da prefeitura. Eu tenho que
criticar também a verba publicitária que a prefeitura coloca nos
CEUs, que é uma quantia fabulosa. Isso me parece campanha de
reeleição", afirma Chalita.
A prefeitura contesta. De acordo com a secretária municipal de
Educação, Cida Perez, a prefeitura
criou 37 mil vagas nas creches e 48
mil em EMEIs (escolas municipais de ensino infantil). Com os 21
CEUs prometidos por Marta,
50.400 vagas serão criadas em creches, EMEIs e unidades de ensino
fundamental, segundo Perez.
As críticas aos CEUs vêm sendo
rebatidas pela prefeitura com ataques à Febem (Fundação do Bem-Estar do Menor), de responsabilidade do Estado. "Estamos gastando com educação para que, mais
tarde, não tenhamos uma Febem
inflada", respondeu a secretária
em nota à Folha.
Nos dois discursos, apenas um
ponto de convergência: os benefícios que cada um promete gerar
com a transformação das escolas
em espaço de convivência comunitária, como diminuição da violência no entorno da escola.
De acordo com Matias Vieira,
coordenador do projeto Vida, da
Secretaria Municipal de Educação, o número de casos de depredação e furtos dentro de escolas
diminuiu até 40% nas unidades
que integram o "Escola Aberta".
O programa existe desde agosto
de 2001 e funciona por adesão, ou
seja, não é obrigatório a todas escolas, como o "Escola da Família", do Estado. Até agora, cerca
de 250 das 1.200 escolas da rede
municipal aderiram ao programa.
Tanto a prefeitura como o Estado usam o mesmo princípio para
embasar seus projetos: a presença
da família na escola melhora o desempenho dos alunos, e o uso do
espaço por pessoas "de fora" faz
com que a comunidade se aproprie simbolicamente da escola,
ajudando a preservá-la.
Telefone de informações da Secretaria Estadual da Educação: 0800-7700012
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