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Acidentes com vítimas no trânsito envolvem álcool
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de estar relacionado
a crimes na periferia, segundo pesquisa feita em Curitiba e em São Paulo, o álcool
aparece nos acidentes com
veículos, a primeira causa de
morte violenta no país.
No conjunto dos levantamentos, estima-se que entre
50% e 80% das vítimas de
trânsito estavam alcoolizadas ou se feriram em acidentes nos quais o condutor estava embriagado.
Esse universo escapa da
pobreza da periferia -onde
o boteco é a única opção de
lazer- para atingir os filhos
da classe média que bebem
demais nos finais de semana
e insistem em dirigir.
Para esses casos, os especialistas recomendam rigor
na lei, punição para os donos
de bares que vendem álcool
a quem já está embriagado e
a implantação de políticas de
redução de danos. Essas vão
desde oferecer motorista para quem bebeu demais até
incentivar grupos a escolher
um colega que não beba e
possa conduzi-los de volta.
Tais práticas são comuns
em países escandinavos e foram defendidos na Conferência Internacional sobre
Consumo de Álcool e Redução de Danos, realizado no
Recife em 2002. Na Suécia, o
governo chega a tirar do lugar árvores e postes de avenidas onde ocorrem a maioria das batidas de carros dirigidos por pessoas embriagadas nos fins de semana.
Uma pesquisa coordenada
pela Uniad, Unidade de Álcool e Drogas da Universidade de São Paulo (Unifesp),
mostrou que 13,4% dos acidentados que entravam no
pronto-socorro do Hospital
São Paulo estavam embriagados ou foram vítimas de
alguém que tinha bebido demais. A maioria tinha tomado o equivalente a seis latas
de cerveja ou 250 ml de destilado nas últimas seis horas.
O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, que coordenou a
pesquisa, diz que 40% dos
embriagados tinham associado álcool com maconha.
(AURELIANO BIANCARELLI)
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