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Proteção consome 15% do faturamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Os gastos médios das transportadoras de carga em São Paulo
com sistema de gerenciamento de
riscos já beiram 15% do faturamento das empresas. Há dez
anos, essas despesas variavam de
2% a 3% da arrecadação do setor.
Esses sistemas de gerenciamento de riscos, que visam reduzir os
roubos, abrangem de procedimentos para selecionar funcionários ao monitoramento dos caminhões por satélite em tempo real.
As maiores transportadoras
costumam ter centrais com câmeras que apontam a localização
exata de cada veículo monitorado. Todas as ações dos motoristas
são programadas e transmitidas
por um computador dentro da
cabine. Se a porta do veículo é
aberta sem aviso antecipado, a
central de controle é alertada.
O mesmo ocorre se os caminhoneiros demorarem para almoçar
ou ir ao banheiro -ou se pararem na via em pontos que não foram previstos com antecedência.
Esses sistemas sofisticados, entretanto, acabam sendo acessíveis
apenas às maiores empresas do
setor. Norival de Almeida Silva,
presidente do sindicato dos transportadores autônomos, afirma
que, dos 180 mil caminhoneiros
da categoria que ele representa,
somente 3% contratam sistemas
de gerenciamento de riscos.
O presidente do Setcesp, Urubatan Helou, afirma que as empresas já chegaram a uma "situação
limite" por conta dos investimentos em proteção. "O Estado não
vem cumprindo a contento o seu
papel na repressão policial e os
empresários do setor transportador é que acabam por arcar com o
ônus da insegurança", diz.
O coronel Paulo Roberto Souza,
assessor do Setcesp, afirma que
algumas cargas roubadas são específicas de um segmento -materiais metalúrgicos, por exemplo- e não teriam como ser desovadas no varejo, mas somente
dentro do próprio setor. Há casos
de envolvimento, inclusive, de
grandes redes nesse tipo de crime.
Godofredo Bittencourt, diretor
do Deic, nega a falta de repressão
policial. Ele disse que os roubos
de carga no Estado, pelas estatísticas oficiais registradas em boletim
de ocorrência, estão em queda.
A Secretaria da Segurança Pública não forneceu, porém, os dados solicitados na segunda-feira
da semana passada. Bittencourt
confirma que a maioria dos assaltos se dá nos trechos urbanos.
Ele diz que, em 2003, foram recuperadas 101 cargas no Estado,
totalizando 87 toneladas, e 160 caminhões. Afirma ainda que foram
feitas 155 prisões, sendo 47 flagrantes, em razão desse crime.
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