|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
REFORMA AGRÁRIA
Movimento capacita militantes em saúde coletiva; assentamentos planejam produzir fitoterápicos
MST intensifica atuação na área de saúde
DA REPORTAGEM LOCAL
Os resultados da pesquisa feita
pela UnB (Universidade de Brasília) levaram o MST a intensificar a
luta na área de saúde.
O movimento já iniciou um
projeto com o governo para capacitar militantes em saúde pública
e quer realizar no próximo ano
uma conferência nacional sobre
saúde no campo.
Segundo Gislei Knierim, coordenadora da área de saúde do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), outro
projeto gerado pelas demandas
da área foi o das "farmácias verdes", que prevê a produção e pesquisa em fitoterápicos nos assentamentos, em parceria com um
laboratório público da Fiocruz
(Fundação Oswaldo Cruz, do Rio
de Janeiro).
Nos assentamentos próximos a
Itapeva, interior de São Paulo,
mulheres já começaram a produção de remédios de plantas em
pequena escala. Elas cuidam de
uma horta e duas vezes por semana se reúnem para produzir tinturas de plantas, xaropes e pomadas. Alguns produtos, como o
"xarope contra a gripe" e a pomada, levam mais de 40 folhas de
plantas -até as de cenouras e alface são aplicadas nas fórmulas.
No assentamento em São Paulo,
em cada dia de produção, são feitos 40 vidros de xarope.
Aleitamento
O detalhamento de itens em que
o desempenho de saúde de acampamentos e assentamentos foi
bom revela uma situação menos
positiva. Apesar dos resultados
sobre aleitamento materno terem
sido ótimos (veja quadro), apenas
cerca de 40% das crianças nascidas vivas permanecem em aleitamento exclusivo até o sexto mês,
como prevê recomendação dos
órgãos internacionais.
A maioria das mulheres realizou pré-natal, segundo o estudo
da UnB, mas apenas 51,12%, em
média, começou o acompanhamento a partir do primeiro trimestre da gravidez.
Alguns itens ainda estão em
avaliação, como a mortalidade infantil. Os pesquisadores encontraram as causas externas como
principal causa de morte em geral
nos assentamentos e acampamentos, 39,4% delas originadas
por homicídios. Este dado ainda
será melhor investigado.
"Trabalhamos com um público
mais urbanizado, dos grandes
centros, o que acarreta uma série
de vícios, entre eles o alcoolismo",
diz o coordenador nacional do
MST, João Paulo Rodrigues.
(FL)
Texto Anterior: Reforma agrária: Trabalhador rural tem saúde precária Próximo Texto: Outro lado: Situação difícil é equivalente à da população rural Índice
|