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TRANSPORTES
Edivaldo Santiago, que já foi ligado à CUT, confidenciou a amigos que pretende se candidatar a vereador
Sindicalista quer tentar carreira política
DA REPORTAGEM LOCAL
Líder da greve de ônibus que
parou São Paulo nos últimos dois
dias, Edivaldo Santiago, 54, presidente do sindicato dos motoristas, já revelou aos amigos mais
próximos que quer se candidatar
a vereador nas eleições de 2004.
O sindicalista chegou a se filiar
ao PMDB nos anos 90, mas, distante da militância no partido, deverá escolher uma nova legenda:
PSB, PTB e PSDB são algumas opções já comentadas por ele em
conversas reservadas.
Santiago é considerado um
"carrasco" pelas administrações
petistas, apesar de ter sido "formado" no sindicalismo dentro da
CUT (Central Única dos Trabalhadores), braço sindical do PT.
Ele liderou uma greve de nove
dias em 1992, no final do governo
Luiza Erundina, quando começou a se afastar da CUT e dos petistas. Em 2000, nas eleições municipais, voltou a fazer elogios e a
declarar apoio à ex-prefeita.
Santiago deixou a presidência
do sindicato no final de 1994 e foi
condenado pela ala oposicionista
por não ter endurecido durante a
gestão Maluf, quando a CMTC
acabou extinta. Ele sempre foi criticado por ser centralizador e não
estar acostumado a abrir espaço
para opiniões divergentes.
Por causa de sua atuação polêmica, Santiago foi convencido pelos amigos nos últimos meses a
andar acompanhado de dois seguranças. Casado, é pai de três filhos -um deles é motorista de
uma viação de ônibus intermunicipal- e mora no Jardim Ângela,
na zona sul de São Paulo.
Foi em 1994 que começou a
aproximação de Santiago com
Luiz Antônio Fleury, ex-governador e atual deputado federal pelo
PTB, e com Paulo Pereira da Silva,
ex-presidente da Força Sindical e
candidato a vice-presidente na
chapa de Ciro Gomes (PPS).
"O Paulinho almejava muito esse sindicato. Hoje, eles são amigos
íntimos", diz Isao Hosogi, secretário de Patrimônio do sindicato
dos motoristas e um dos melhores amigos dele desde 1979.
Santiago retomou a presidência
da entidade no final de 2000, após
passar a segunda metade dos anos
90 longe da categoria. Ele chegou
a montar uma padaria, que faliu, e
participou da criação do sindicato
interestadual dos rodoviários.
A eleição de Santiago foi apoiada pela Força e ainda está sub judice. A antiga diretoria, ligada ao
PC do B, contesta a forma como
as eleições foram conduzidas.
Uma das primeiras medidas
que tomou quando assumiu novamente a entidade foi acabar
com as comissões de garagem,
que descentralizavam as decisões.
A atual diretoria do sindicato reúne sindicalistas ligados a parlamentares do PSDB (vereador Gilberto Natalini, deputado federal
José Aníbal e deputado estadual
Walter Feldman) e diretores que
se dizem próximos ao PT.
Na formalização da candidatura
de Paulinho a vice na chapa de Ciro, 30 ônibus foram fretados para
levar motoristas até Indaiatuba
(110 km de SP). (AI)
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