Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PM vai colocar "espiões" em bares, diz major
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Blitze com barreiras, uso de
bafômetros e 130 policiais militares estarão espalhados em
cinco pontos da cidade de São
Paulo, principalmente onde há
bares e concentração de jovens.
A operação começa hoje, às
20h, e se estenderá até domingo. Policiais à paisana estarão
em bares para saber se alguém
que deixar o estabelecimento
tentará pegar o carro.
Quem se recusar a fazer o
teste de bafômetro ou o exame
de sangue no IML será considerado embriagado, diz o major
Ricardo Fernandes de Barros,
47, comandante interino do
34º Batalhão de Trânsito.
"Se se recusar a fazer [teste
de] bafômetro e sangue, será
autuado pelo artigo 165 do código, que é uso de bebida alcoólica. Com o simples fato de ele
se negar, receberá infração. Estará subentendido que bebeu e
terá de pagar multa de R$ 955."
Leia abaixo trechos da entrevista que ele concedeu.
FOLHA - A PM vai realizar blitze
com bloqueios para aplicar a lei?
RICARDO FERNANDES DE BARROS -
Em alguns bares de happy
hour. Nós fizemos um mapeamento e vamos aproveitar e fazer uma blitze das 20h às 5h.
FOLHA - Como serão os bloqueios?
BARROS - Estou fechando o planejamento. Em média, serão
cinco pontos de bloqueio.
FOLHA - Nas estradas também?
BARROS - Não. Tudo dentro da
cidade de São Paulo. Vamos fazer os bloqueios perto de baladas e aglomeração de jovens.
FOLHA - A Folha publicou que o bafômetro detecta até bombom de licor. Qual a orientação para o cidadão que for pego pelo bafômetro
porque ingeriu bombom?
BARROS - Vai ser difícil, mas
tem uma tolerância. Chega até
0,1 miligrama [de álcool/litro
de ar], mas no momento em
que a pessoa comeu. Quer dizer, a pessoa vai estar praticamente com o papel na mão que
comeu. Depois de um tempo,
ele já praticamente desaparece.
FOLHA - Anti-sépticos bucais à base de álcool podem ser detectados?
BARROS - Sim, sim, sim! É como
eu falei: é na hora em que a pessoa usou. Por isso existe uma
toleranciazinha de até 0,1 miligrama.
FOLHA - Qual a orientação dada ao
PM em relação a pessoas que alegarem que consumiram bombons ou
fizeram bochecho com anti-séptico?
BARROS - Isso aí não chega a
atingir não, viu? Tem que ser
uma quantidade boa. O bochecho -por exemplo, com Listerine- tem que ser praticamente imediato ali. Ele [tem] estar
bochechando com Listerine e
soprar o bafômetro.
Por isso que os pontos onde
nós usamos os bafômetros são
pontos em que não vamos encontrar esse tipo de gente. Vamos encontrar pessoas que
realmente saem dos bares.
FOLHA - E se a pessoa justificar que
comeu um bombom com licor?
BARROS - Pois é, o cara está na
Vila Olímpia, saiu dos barzinhos e vai falar que estava escovando os dentes com Listerine?
FOLHA - Vocês vão utilizar policiais
à paisana para observar se a pessoa
que bebeu no bar entrou no carro?
BARROS - Isso é comum fazermos, sim. Faz parte de nosso
planejamento estratégico.
FOLHA - Onde serão os pontos?
BARROS - [Praça] Silvio Romero [no Tatuapé], Vila Olímpia,
Vila Madalena, o centro da cidade e outros. Como serão vários pontos, faremos em um e,
depois, em outros.
Texto Anterior: Estradas paulistas têm só 1 bafômetro a cada 290 km Próximo Texto: Motoristas podem comprar bafômetro descartável por R$ 14 Índice
|