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Exército é imprescindível no combate ao crime, diz juiz
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Para o juiz federal Marcello
Granado, novo responsável pelo julgamento dos 11 militares
acusados de entregar três rapazes a traficantes, o Rio vive
"uma guerra civil" -ter o Exército à frente da segurança pública é "imprescindível", diz.
"A questão tem que ser regulamentada, muito bem controlada, mas acho realmente imprescindível [a atuação do
Exército contra o crime]. Porque não resta a menor dúvida.
Nenhum cidadão brasileiro,
principalmente carioca, pode
ter dúvidas de que a gente vive
uma guerra civil", afirmou ele,
em entrevista ontem no gabinete da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, onde é titular.
"Em nenhum outro lugar do
mundo, em condições de guerrilha não declarada, se tem as
imagens que a gente têm, de fuzil, de grupos organizados nesse nível", diz Granado, 41.
Juiz federal há 12 anos, carioca, ele lamentou que a participação de militares na morte
dos três moradores do morro
da Providência crie dúvidas a
respeito da necessidade de as
Forças Armadas participarem
do combate aos criminosos.
"É um fato, penso eu, isolado,
uma situação totalmente inusitada. Isso não pode, não deve,
atingir o prestígio das Forças
Armadas, que em outras ocasiões já esteve auxiliando a segurança do Rio. E acho que, na
média, foi muito bem."
Anteontem à noite, Granado
determinou a prisão preventiva
do tenente Vinícius Ghidetti,
dos três sargentos e dos sete
soldados acusados.
O juiz disse que acompanhava o caso com interesse pela
mídia e que a ação pode ter afetado a esperança que parte da
população tinha na ação das
Forças Armadas. "Isso eu posso
dizer, até como cidadão, que
[houve] uma repercussão muito ruim desse fato."
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