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"A qualidade do serviço é outra", diz chefe de pronto-socorro
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora o movimento ainda
seja grande, os médicos da
emergência do hospital do
Mandaqui, na zona norte de
São Paulo, agora estão conseguindo ter tempo para o café
entre uma cirurgia e outra.
O número de vítimas de acidentes de trânsito que são levadas para o apelidado "HC da zona norte" -em referência ao
Hospital das Clínicas- diminuiu sensivelmente desde 20
de junho, quando entrou em vigor a lei seca, que aumentou o
rigor contra quem dirige após
beber. A queda, segundo o hospital, foi de 40% a 50%.
"Estamos no céu", diz a médica Magali Vicente Proença,
diretora-técnica do Mandaqui.
A mudança está se refletindo
na qualidade do trabalho dos
médicos, que, porém, continuam atendendo um número
elevado de pacientes que sofreram quedas ou foram baleados.
"As séries de TV americanas
em hospitais refletem mais ou
menos a nossa realidade, aquela loucura de um plantão, médico correndo para atender um
paciente atrás do outro. Não dá
para descansar", diz o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. "Quando você reduz o número de
atendimentos, dá para tomar
um café, conversar com o colega, dizer "boa noite" ao doente."
A chefe do pronto-socorro do
hospital, Kátia Knebel, confirma. "Agora conseguimos ver os
pacientes com mais calma,
atender melhor aos familiares.
Antes, recebíamos quatro, cinco, seis traumas de uma vez.
Não dava para falar com ninguém direito", afirma "A mudança nos deu uma aliviada. A
qualidade do serviço é outra."
De acordo com ela, o trabalho
também ficou facilitado porque, além da queda do número
de pacientes vítimas de motoristas que beberam, o estado
em que eles chegam à emergência é menos grave agora.
"Como estamos na região da
serra da Cantareira, recebíamos muitos pacientes graves,
com politraumatismo, como
aquele homem que desce dirigindo com o carro cheio [de
pessoas] e, bêbado, capota ou
desce o barranco. Temos visto
que os acidentes de trânsito estão menos graves."
(RW)
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