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SP terá de gastar R$ 1,4 bi para cumprir a nova lei da educação
Esse valor, que equivale a 10% do orçamento da área, será usado para contratar mais professores ou ampliar a jornada
Lei aprovada neste mês prevê que 33% da jornada seja dedicada a atividades fora da sala de aula; hoje, essa proporção é de 20%
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A lei federal aprovada neste
mês que estabelece novas regras para a educação trará um
gasto adicional de R$ 1,4 bilhão
para a rede estadual de São
Paulo, segundo estimativa do
próprio governo. Esse valor
equivale a 10% do orçamento
da pasta estadual da Educação.
A lei estabelece em 33% o
tempo mínimo que os professores da educação básica terão
que dedicar a atividades extraclasse, como preparação de aulas e correção de provas.
Como hoje na rede paulista
essa proporção é de 20%, será
necessário contratar professores ou aumentar a jornada para
cumprir a determinação.
"Ainda analisamos como iremos nos adaptar, mas provavelmente teremos de retirar verba
de outras atividades, como reforma de escolas", afirmou ontem a secretária de Educação
do governo Serra (PSDB), Maria Helena Guimarães, após
reunião com o secretário do
Planejamento, Francisco Luna,
que apresentou os dados.
"Consideramos importante
um tempo maior para preparar
aula. O problema é como fazer
isso no prazo", disse ela.
A mesma lei estabeleceu em
R$ 950 o piso salarial nacional,
mas esse item não trará impactos à rede paulista, pois, segundo a secretaria, seu patamar
mínimo já é de R$ 1.309.
A lei entrou em vigor, mas,
como o ano letivo está em andamento, sua aplicação é prevista para 2009. O texto não fixa prazo para a adaptação.
Pela estimativa do governo
de São Paulo, para cobrir a diferença na dedicação a atividades
extraclasse será necessário aumentar em 1/3 o número de
professores da rede (hoje são
250 mil) já em 2009.
Outra opção é elevar a jornada. As duas opções têm custos
semelhantes, diz a secretaria.
Segundo Maria Helena, uma
das medidas estudadas pelos
secretários estaduais de Educação é apresentar à União um
pedido de revogação do dispositivo referente à jornada.
A lei, proposta pelo senador
Cristovam Buarque (PDT-DF),
foi aprovada pelo Congresso
Nacional no início do mês e
sancionada pelo presidente Lula. Para Buarque, as medidas
poderão trazer economia, "pois
o professor adoecerá menos e
não precisará de substituto".
A assessoria de imprensa do
MEC informou que o ministério "considera legítima a preocupação apresentada, mas
aguarda os estudos dos secretários estaduais e municipais de
Educação para se pronunciar".
A presidente da Apeoesp
(sindicato dos professores da
rede estadual de SP), Maria Izabel Azevedo Noronha, também
defende que o professor adoecerá menos com a nova lei.
"Além disso, a mudança deixará os professores mais motivados e preparados, o que melhorará a qualidade da educação."
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