São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2011

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Empresas vão ter incentivo para investir na zona leste

Atividade que gere emprego e renda perto do estádio terá benefícios fiscais

Especialistas apostam em melhorias na região, que sofre preconceito, após visibilidade gerada pela Copa de 2014

EVANDRO SPINELLI

DE SÃO PAULO

A Prefeitura de SP lança amanhã edital que permitirá às empresas interessadas em investir na região leste da cidade receberem de volta parte dos recursos aplicados.
Serão benefícios fiscais para atividades que gerem emprego e renda no entorno do estádio do Corinthians, como já ocorre para quem vai investir na construção do estádio.
Também há redução de impostos municipais na compra do imóvel e do material de construção usado na obra, além de abatimento dos impostos a serem pagos em um período de até dez anos.
O lançamento será em seminário da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Nesta primeira fase, a prefeitura estimulará instalação de empresas com perfil tecnológico -como indústrias do setor e call centers- e que absorvam mão de obra local.
"Queremos empresas que gerem efeitos multiplicadores na região", disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcos Cintra.
O primeiro edital vai prever investimentos de cerca de R$ 50 milhões. Para o estádio do Corinthians, o incentivo foi de R$ 420 milhões.
Antonio Carlos Pela, vice-presidente da ACSP, disse que a zona leste já foi considerada "longe", mas agora é a última fronteira da cidade.
"Ao sul, temos as represas. A norte, a serra da Cantareira. A oeste, outros municípios. São Paulo só pode crescer para a zona leste."

MODA
Especialistas acreditam que a zona leste, que virou "moda" por ser sede da Copa de 2014, pode aproveitar a visibilidade para obter melhorias para o seu futuro.
Também estão previstas obras viárias e um polo institucional com escolas técnicas, fórum, incubadora de empresas e centro de convenções. E mais uma nova rodoviária e novos trens de metrô.
E isso vai ser benéfico para a região? "É claro que vai ter um legado do ponto de vista histórico, mas essa melhoria poderia ser potencializada com um plano diretor que integrasse a melhoria física com metas sociais", diz Fernando Coelho, coordenador do curso de gestão de políticas públicas do campus da USP na zona leste.
O sociólogo José Renato de Campos Araújo, professor do mesmo curso da USP-Leste, também espera um ganho para a região, mas duvida que cheguem novos empregos.
Para ele, a prefeitura está fazendo sua parte, mas é preciso superar o preconceito. "A cidade cresceu economicamente virada de costas para a zona leste."
Marcos Cintra diz que já há executivos de grandes empresas que moram na zona leste e, com bons investimentos lá, o preconceito vai mudar.


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