São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2011

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Seis meses após chuva, morador do PR ainda enfrenta falta d'água

Comunidades rurais também não conseguem retomar a agricultura

ESTELITA HASS CARAZZAI

ENVIADA ESPECIAL A PARANAGUÁ (PR)

Seis meses depois de fortes chuvas, moradores de comunidades rurais varridas pela enxurrada no litoral do Paraná estão sem água potável, sem pontes de acesso e sem possibilidade de plantar.
Nas colônias de Santa Cruz e Morro Inglês, em Paranaguá, onde vivem cerca de 150 famílias, não há mais rede de água encanada: o manancial foi destruído pelas enxurradas de março deste ano.
A população improvisa tirando água de poços ou nascentes -que não serve para beber nem cozinhar. A água é turva, e alguns moradores, como a família de Mara Cachoeira, 41, têm tido alergias.
A prefeitura, que estuda a construção de uma nova rede de captação e de um novo manancial, fornece água potável uma vez por semana.
Moradores temem as pontes das estradas vicinais, por onde circulam ônibus escolares e caminhões que levam a produção agrícola. A Defesa Civil Estadual diz que teve de fazer estudos técnicos e que o edital para a construção de pontes sairá em breve.
A casa de Mauro Cruz Andreoli, 40, não foi levada pela enxurrada nem teve a estrutura abalada. Mas o motorista, que morava lá desde que nasceu, tem poucas esperanças de voltar: o terreno está tomado por troncos e lama, que chegam às janelas. "Levei 30 anos fazendo a minha casa e, em menos de meia hora, sumiu tudo", diz. Ele, a mulher e os três filhos foram morar com a mãe.
A propriedade de Jurandir dos Santos, 42, foi tomada por barro e areia (até um metro) trazidos pela enxurrada. "A terra ficou muito pobre."
A situação se repete no povoado de Floresta, no município vizinho de Morretes. "Eu vivia da lavoura. Não dá mais, virou tudo lama", diz Carlos Pereira dos Santos, 58, que vive de bicos na cidade.
O governo diz que dá assistência técnica a agricultores, mas não pode pedir financiamento para áreas de risco.


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