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Estudo avalia efeito na qualidade de vida
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde seu boom na década de
60, a terapia hormonal passa por
altos e baixos por causa de pesquisas sobre sua eficácia e segurança. Foi no ano passado que a
discussão mais esquentou, com o
estudo WHI (Women's Health
Initiative, veja quadro).
É uma parte dessa pesquisa que
volta à discussão, a que investigou
o efeito da combinação de hormônios sobre a qualidade de vida.
A avaliação mais recente abrangeu todas as 16,6 mil mulheres
que estavam no período pós-menopáusico, no primeiro ano de
acompanhamento, e 1.511 mulheres, nos três anos seguintes. Houve uma pequena melhora de dores no corpo e distúrbios de sono
entre as mulheres que tomaram
estrogênio com progestogênio
em comparação às que tomaram
placebo, substância inócua. Mas
não foram estatisticamente significativas. Não houve efeito significativo na área psicossocial.
"O estudo WHI não foi desenhado para analisar a melhora de
qualidade de vida", diz o presidente da Sociedade Brasileira de
Climatério, César Eduardo Fernandes. "A maioria das mulheres
não apresentava sintomas da menopausa, enquanto, na realidade,
70% apresentam algum sintoma
[não necessariamente pertubador]", diz. Para Fernandes, tanto
no estudo norte-americano como
no brasileiro, realizado no Hospital das Clínicas de São Paulo, deveriam ter investigado mulheres
com fogachos (ondas de calor),
que costumam ter problemas psicossociais, como irritabilidade,
isolamento, disse -idéia refutada na pesquisa do HC.
Segundo o psiquiatra Joel Rennó Júnior, do HC, a maioria dos
estudos que mostram benefícios
psíquicos da reposição de estrogênio é equivocado por trabalhar
com população sintomática, por
exemplo -em que uma simples
diminuição dos fogachos traria
uma suposta melhora psíquica.
Na verdade, seria um "efeito dominó" do fim dos fogachos.
A sociedade publicará em breve
um consenso sobre as terapias
hormonais. Na próxima semana,
a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve divulgar
novos avisos sobre riscos para as
bulas dos hormônios, seguindo linha do FDA (a Anvisa norte-americana).
(FL)
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