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SEGURANÇA
Grupo teria escalado muro do Centro de Detenção Provisória; um detento foi morto em tiroteio com agentes
11 presos são resgatados em Santo André
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela segunda vez em quatro
dias, presos de cadeias da Grande
São Paulo foram resgatados por
quadrilhas. Ontem, em uma ação
inusitada e ainda não-esclarecida,
criminosos teriam escalado um
dos muros do CDP (Centro de
Detenção Provisória) de Santo
André e rendido três guardas de
muralhas.
Na operação, 11 detentos conseguiram fugir e um morreu. Os
guardas de muralha substituíram
a Polícia Militar há apenas 30 dias.
O incidente coloca sob suspeita o
preparo dos novos guardas. O governo estadual resolveu retirar os
PMs de presídios para aumentar o
policiamento na rua.
Os foragidos estavam na mesma
cela. A polícia ainda não sabe o alvo do resgate. Ricardo Anaia, 31,
preso por tráfico, foi morto no tiroteio com agentes. Nenhum detento tinha sido recapturado até a
conclusão desta edição.
A fuga aconteceu por volta das
2h de ontem. Um agente disse que
foi rendido quando estava na muralha. Ele não soube dizer como o
bandido conseguiu escalar o muro de seis metros de altura sem ser
visto. Segundo o agente, outros
homens do lado de fora começaram a jogar "teresas" (cordas improvisadas com panos), que foram usadas para entrar no pátio.
Com um alicate, os homens chegaram à cela 5 da ala C.
Os presos ainda tiveram tempo
de usar as "teresas" para escalar o
muro e fugir para uma favela próxima. Outros agentes viram a fuga
e começaram a atirar.
A ação durou menos de 30 minutos. Anaia já tinha conseguido
escalar o muro quando foi atingido. A quadrilha deixou um fuzil
durante a fuga.
"É muito estranho os bandidos
escalarem a muralha com armas e
não serem vistos. Isso será investigado no inquérito", afirmou Luiz
José Polastre, delegado plantonista do 4º DP de Santo André.
Um guarda disse que os funcionários estão responsáveis pela
guarda da muralha há um mês.
Ele afirmou que não estava preparado para o serviço e que o armamento que usava não era o mesmo empregado no treinamento.
Os agentes portavam revólver 38 e
espingarda calibre 12.
A assessoria da Secretaria da
Administração Penitenciária informou ontem que uma sindicância será instaurada para esclarecer
o caso, inclusive para investigar
possível conivência ou despreparo dos guardas.
Na noite da última quarta-feira,
uma quadrilha usou uma bomba
para explodir uma parede da cadeia pública de Diadema, também na Grande São Paulo. Quinze
presos fugiram e três morreram
no tiroteio. Pelo menos dois dos
fugitivos são ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando
da Capital).
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