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OUTRO LADO
Objetivo da reforma é alcançar mais pacientes, diz ministério
DA REPORTAGEM LOCAL
O objetivo principal da reforma
psiquiátrica é atingir uma parcela
maior da população, por meio de
diferentes serviços pulverizados,
algo que não era possível no modelo centrado em hospitais psiquiátricos, explica o coordenador
de Saúde Mental do Ministério da
Saúde, Pedro Gabriel Delgado.
Amanhã, o ministério dá início
na capital paulista ao primeiro encontro nacional de Caps, os Centros de Atenção Psicossocial, que
funcionam como organizadores
da rede de atenção à saúde mental. São centros comunitários com
atendimento multidisciplinar e
que têm como uma das funções a
reinserção do paciente à sociedade após anos de alijamento.
O ministério definiu o encontro
como oportunidade para avaliar
os centros, cuja implantação começou há 17 anos. Hoje são 527
no país, número que dobrou nos
últimos cinco anos. Em 2002, foram 389,8 mil atendimentos nesses locais. No ano passado, 3,69
milhões, informou o governo.
De acordo com Delgado, no entanto, ainda há desafios, como o
de garantir que todos os recursos
que saem da área hospitalar vão
para serviços substitutivos como
os centros.
O governo tenta ratificar essa
necessidade na comissão tripartite, instância decisória do Sistema
Único de Saúde que reúne Estados, União e municípios.
Hoje, os gastos com serviços extra-hospitalares correspondem a
25% dos gastos hospitalares, segundo a Associação Brasileira de
Psiquiatria.
Delgado reconhece ainda o problema da falta de medicamentos
psiquiátricos. "Não conseguimos
resolver isso." São 14 itens para
problemas mentais que deveriam
estar nas farmácias básicas." Segundo ele, falta sintonia com gestores locais, como prefeituras, que
distribuem os remédios.
Além de aumentar o número de
leitos em hospitais gerais -hoje
apenas 1.800, contra mais de 48
mil em hospitais psiquiátricos -,
o ministério promete ainda criar
mais residências terapêuticas, hoje apenas 200. São nesses locais,
que, preferencialmente, devem ficar fora de hospitais, que formam-se repúblicas de pacientes
que não têm como voltar para casa. "O suporte às famílias também
é uma preocupação que temos."
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