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No DF, uso "cresce de maneira gradativa", afirma promotor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O crack ganhou relevância
nas estatísticas da Polícia Civil
do Distrito Federal no ano passado. Desde então, diz a polícia,
vem substituindo a merla [um
subproduto da cocaína, em pasta] e atraindo a classe média.
"A merla é muito consumida
pela periferia. No crack, há pessoas da classe média", diz João
Emílio de Oliveira, chefe da
coordenação de repressão às
drogas da corporação.
De família de classe alta de
Brasília, Fernando (nome fictício) diz que o crack virou "modinha" na capital. "Não é mais
uma droga da ralé, já está em
todas as camadas sociais."
Ex-usuário de maconha, ácido, mescalina, cocaína, heroína
e ecstasy, ele diz que foi o crack
que causou nele o efeito mais
devastador, "não só para a saúde, mas para a mente e o espírito". Internado, ele está afastado
da droga há mais de dois meses.
O crescimento do consumo
de crack no Distrito Federal é
percebido nas estatísticas da
polícia. Em 2006, a corporação
apreendeu 2,85 gramas de
crack. No ano seguinte, o total
saltou para 562 gramas. Nos
cinco primeiros meses de 2008,
a apreensão já supera todo o
ano de 2007: 722,5 gramas.
Ainda fora das estatísticas,
uma operação da polícia no fim
de maio apreendeu 1,9 kg de
crack, segundo o delegado Luiz
Alexandre Gratão, também da
coordenação de drogas.
Apesar de atingir a classe média, a droga ainda prevalece na
classe baixa, principalmente
entre moradores de rua. Comparada com cocaína e merla, a
circulação ainda é pequena, segundo Newton Cezar, promotor de entorpecentes do Distrito Federal. "Não é uma coisa
que está disseminada, mas
cresce de maneira gradativa.
(ANGELA PINHO E JOHANNA NUBLAT)
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