|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fisioterapeuta passou por 8 médicos até encontrar um que aceitasse emitir laudo
DA REPORTAGEM LOCAL
Um descuido e, aos 21 anos, a
então estudante de fisioterapia
Érica Letícia Chagas se viu grávida do namorado. Um ultra-som no terceiro mês de gestação mostrou que havia mais desafios pela frente: o bebê, uma
menina, tinha anencefalia.
Érica, à época católica, passou por oito médicos até encontrar um que aceitasse emitir laudo constatando a anomalia -documento fundamental
para obter autorização judicial
para a interromper a gestação.
"Um ia passando para o outro
e não sabiam o que fazer. O médico que fazia meu pré-natal na
época chegou ao ponto de me
dizer que eu tinha que ir até o
final da gestação e ver o bebê
morrer. Eu falei para ele: "Sinto
muito, mas você não serve para
ser meu médico"."
A autorização para a interrupção ocorreu um mês e meio
depois. "Não foi fácil, precisei
fazer terapia para elaborar isso
tudo." Ela conta que ainda sofreu resistência do hospital privado que se negava a fazer o
aborto, mesmo com a autorização judicial.
Hoje, aos 31 anos, evangélica
e recém-casada com um outro
homem, Érica afirma que em
nenhum momento se arrependeu. "Como eu poderia manter
um gestação por nove meses
sabendo que, no final, o bebê
não iria sobreviver e que a gestação poderia ainda trazer riscos para mim?"
Texto Anterior: Mãe perdeu o chão ao saber de diagnóstico Próximo Texto: Presos 15 doleiros acusados de ajudar facção Índice
|