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NEWTON BRÁS (1926-2008)
PJ, pioneiro do colunismo social no PI
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
No começo, havia Newton
Brás, cujo nome, em si, não
ficou conhecido. A coisa só
deslanchou quando decidiu
se chamar Paulo José (PJ),
pseudônimo que popularizou via ondas do rádio e pelos jornais de Teresina (PI).
Fascinado por moda e vinho e observador irreverente das altas rodas da sociedade piauiense, começou a carreira de colunista social na
década de 40. Foi um dos
pioneiros da profissão no Estado. Por mais de quatro décadas, exerceu a atividade,
até que surgiram colunistas
mais novos, e PJ sentiu que
perdia território.
Desiludiu-se, no início dos
anos 80, quando deixaram de
publicar sua coluna para dar
lugar a um novato, como
lembra um amigo.
Brincalhão, emplacou um
estilo próprio de crônica social. Era um amante da noite
e das festas. Organizador de
concursos, envolveu-se o
quanto pôde nas escolhas da
miss Piauí. Tinha a tradição
de indicar a vencedora.
Dedicava-se também aos
Carnavais. Criava fantasias e
levava para a avenida alas inteiras formadas só por ricos.
Funcionário aposentado
do Ministério da Saúde,
criou por 30 anos Francisca,
a afilhada que cuidou dele
nos últimos tempos.
Morreu no domingo, em
Teresina, aos 82, de infarto,
sem muito alarde. O colunista Nelito Marques, admirador do estilo do amigo, lembra que PJ morreu no esquecimento. "No Piauí, se saiu
da mídia, perdeu o valor."
Não deixou filhos.
obituario@folhasp.com.br
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