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Megacampanha quer vacinar homens jovens contra rubéola
Vacinação começa em agosto; focos são os homens entre 20 e 39 anos, que respondem pela maior parte dos casos no país
Embora já tenham sido imunizadas em 2001, mulheres nessa faixa etária também serão vacinadas; meta é vacinar 61,8 milhões
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Todos os homens e mulheres
entre 20 e 39 anos serão orientados a receber a vacina contra
a rubéola em agosto próximo,
independentemente de já terem tido a doença ou sido vacinados no passado.
A estratégia do Ministério da
Saúde é vacinar 61,8 milhões de
pessoas nesta faixa etária. O foco maior são os homens jovens,
que têm respondido pela maioria dos casos da doença no país.
No Estado de São Paulo, por
exemplo, os homens entre 20 e
29 anos responderam por
50,5% dos 1.659 casos de rubéola registrados em 2007
-contra 66 em 2006. Foi o
maior número de casos da
doença no Estado desde 2000,
quando houve um total de
2.566 registros.
Causada por um vírus, a rubéola é mais comum na infância, mas também atinge adultos
e é especialmente perigosa em
grávidas- pode causar malformação do feto. Tem como principais características o aparecimento de urticárias na pele e de
ínguas ou caroços.
Segundo Helena Sato, diretora de imunizações da Secretaria
de Estado da Saúde, a rubéola
está avançando entre os homens porque a maioria das mulheres já foi imunizada em
campanhas anteriores, especialmente na de 2001.
"O grande desafio será trazermos os homens para os postos de saúde. Para isso, contamos com o apoio das mulheres.
Tragam seus maridos, namorados, irmãos, primos", orienta
Helena Sato.
A médica explica que os homens contaminados pela rubéola podem transmitir o vírus
para mulheres em idade gestacional, o que representa um
grave perigo. Em 2007, o Estado registrou dez casos de rubéola congênita.
O início da campanha, dia 9
de agosto, será concomitante à
segunda etapa da campanha
nacional de vacinação contra a
poliomielite. "A idéia é aproveitar que os pais vão levar os filhos para receber as "gotinhas" e
vaciná-los também", diz Sato.
De janeiro a maio deste ano,
houve 329 casos de rubéola no
Estado, das quais 210 em homens. "É um número menor do
que o mesmo período do ano
passado, mas é porque a doença
é sazonal. Se não fizermos nenhuma ação, o vírus volta."
A médica afirma que a campanha será indiscriminada porque existe uma parcela de homens e mulheres não vacinados que formam uma população suscetível à doença. Segundo ela, não há riscos na revacinação de pessoas que já foram
imunizadas anteriormente.
"Não importa se a mãe falou
que já teve a rubéola na infância. Independentemente disso
ou a dose recebida no passado,
tem que vacinar. Se a gente
abrir uma brechinha, aí é que os
homens não aparecem", diz.
Helena informa que a estratégia para a definição da faixa
etária da campanha levou em
conta que a grande maioria dos
que têm 40 anos ou mais já teve
rubéola no passado. E os menores de 20 também não teriam
necessidade porque em 1992
foi feita uma campanha para
crianças entre um e dez anos.
Na campanha contra a rubéola, homens e mulheres receberão uma dose da vacina dupla viral, que protege também
contra o sarampo.
No Estado de São Paulo serão
7.000 postos fixos e volantes.
País
Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 8.672 casos de rubéola no país no ano
passado, a maior parte deles no
Rio Grande do Sul, no Rio e em
São Paulo. Neste ano, há surtos
em 20 Estados.
O ministro José Gomes Temporão (Saúde) afirma que a
campanha nacional de agosto
"será a maior já feita no mundo". Apesar de o alvo ser homens e mulheres de 20 a 39
anos, nos Estados do Maranhão, Minas, Mato Grosso, Rio
e Rio Grande do Norte serão
chamados também adolescentes de 12 a 19 anos.
Desde 2000 a vacina contra a
rubéola faz parte do calendário
nacional de imunização e é
aplicada gratuitamente pelo
SUS (Sistema Único de Saúde).
A primeira dose deve ser tomada com 15 meses de vida, com
reforço do quatro a seis anos. A
vacinação também é indicada
para qualquer pessoa nascida a
partir de 1960 que não tenha
recebido nenhuma dose.
O Brasil assumiu o compromisso de eliminar a transmissão da rubéola até 2010. Isso
significa interromper a transmissão endêmica do vírus em
todo o país por mais de 12 meses e não ter casos da síndrome
da rubéola congênita.
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