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Para atual comandante da PM, infiltração é ilegal
DA REPORTAGEM LOCAL
"No meu comando, a partir de
19 de abril, é inadmissível retirar
preso para fazer infiltrações. É totalmente irregular e ilegal", afirmou o coronel Alberto Silveira
Rodrigues, atual comandante-geral da PM de São Paulo.
Segundo ele, o Gradi retornou
para sua função original -tratar
de crimes de preconceito e de discriminação-, logo que assumiu,
após o ofício em que um juiz relatou ter se sentido ameaçado por
policiais da unidade.
""Achei um absurdo, o fato de
um juiz se sentir ameaçado pela
presença de policiais militares e
mandei acabar com aquilo", disse
o comandante. O caso, porém,
não foi investigado pela Corregedoria da PM porque, de acordo
com Rodrigues, não havia provas
contra os policiais citados.
O coronel afirmou ser contra infiltrações em quadrilhas, até mesmo por parte de policiais. Cita como exemplo a história do repórter da Rede Globo Tim Lopes,
descoberto por traficantes em
uma favela do Rio de Janeiro
quando checava denúncias de
moradores de um morro.
""Diz a regra do sistema de informações que o policial infiltrado
tem de ser supercontrolado, porque você tem de dar retaguarda
para ele", afirmou.
Sigilo
O coronel acredita que a estratégia de ação do Gradi descrita pela
Folha deveria acontecer dentro
de um grupo muito fechado. Ele
próprio afirmou nunca ter sido
informado de que esse tipo de trabalho era realizado no Estado.
Segundo o comandante, a polícia pode requisitar a saída de presos a um juiz para fazer diligências, que ele entende serem ""reconstituições, reconhecimentos
de pessoas, locais, ações para apurar uma verdade".
""Policial que se infiltra entre
bandidos para trazer notícia para
a polícia não dá para controlar. O
cara está cometendo suicídio",
disse o oficial da PM.
Os fatos informados pela Folha
ao comandante, segundo ele, não
foram apurados porque não existiram notícias de irregularidade
nas operações. ""Se vierem fatos
novos, vamos ter de botar a Corregedoria atrás disso", afirmou.
Na sexta-feira, a assessoria de
imprensa do secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo de
Castro Abreu Filho, informou que
ele ""tem conhecimento de que as
diligências com presos são feitas
mediante autorização judicial".
O secretário, no entanto, não
respondeu a questão enviada pela
Folha, na manhã de sexta, sobre o
nível de informação que ele tinha
sobre o uso de presos na ação de
Sorocaba, ocorrida em sua gestão.
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