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SEGURANÇA
Para o ex-secretário Petrelluzzi, ""os limites (da PM) vão surgir conforme forem sendo desenvolvidos os trabalhos"
Criador do Gradi evita comentar ações
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-secretário da Segurança
Pública Marco Vinicio Petrelluzzi, 46, que criou o Gradi e ficou à
frente do grupo por 22 meses,
afirma nunca ter recebido informações de atos ilegais cometidos
pelos policiais desse setor.
O secretário, que deixou o cargo
em janeiro, não quis falar sobre o
recrutamento de presos nem das
infiltrações de policiais em organizações criminosas. ""Nunca comento esses métodos, desde que
estava na secretaria, porque acho
que eles têm de ser sigilosos."
Ao criar o Gradi, como núcleo
de inteligência da secretaria, Petrelluzzi colocou policiais civis e
militares diretamente subordinados ao seu gabinete. Afirma que a
decisão foi técnica, porque não tinha como introduzi-los na hierarquia da PM ou dentro da estrutura da Polícia Civil.
Na prática, porém, as duas corporações militares nunca atuaram juntas. Ficavam em prédios
separados, sem integração.
O secretário se limitou a dizer
que qualquer pedido participação
de preso em diligência depende
de autorização judicial.
Segundo ele, o trabalho de inteligência policial no Estado, como
o que tem sido visto, é novo, ""de
dois anos para cá", e está sendo
aprimorado. ""Os limites vão surgir conforme forem sendo desenvolvidos os trabalhos."
Petrelluzzi criticou a comparação feita pela Folha dos resultados obtidos pelas polícias Civil e
Militar na investigação do PCC.
""Há ações que dão bom resultado
e outras, não."
Sobre as mortes, disse que disparos pelas costas, como os que
estão citados no caso da morte de
Chacal -um dos detentos recrutados-, não permitem concluir
se houve abuso. ""Se a pessoa correr atirando na polícia, é provável
que levará um tiro nas costas."
O ex-comandante da Polícia
Militar paulista coronel Rui César
Melo afirma que todas as operações do serviço reservado contra
o PCC estavam respaldadas em
autorizações judiciais -isso para
grampos telefônicos e retirada de
presos de penitenciárias.
""Infiltrar em quadrilhas faz parte do trabalho da polícia. É um
meio de se descobrir como os criminosos trabalham, não para levantar provas", diz Melo, que hoje coordena a Diretoria de Cooperação e Articulação de Ações de
Segurança da Senasp (Secretaria
Nacional de Justiça), em Brasília,
sobre por que a PM não pediu autorização judicial para se infiltrar.
O coronel deu a resposta ao falar sobre a opinião de especialistas
de que provas coletadas em infiltrações não-autorizadas pela Justiça são ilícitas.
A idéia do monitoramento prévio do PCC, diz o coronel, era para criar mecanismos que permitissem antecipar ações dos criminosos. Melo, porém, afirmou que
não tinha todas as informações
sobre o Gradi. Disse que desconhecia o incidente a fuga dos presos que trabalhavam para a unidade, em carro da PM, duas semanas antes de sua saída. ""O serviço reservado está em todo o Estado. Como é que eu ia analisar
cada ação individualmente. Há
uma escala de comando."
O ex-comandante diz que ficava
""tranquilo" com as ações do reservado porque os presos somente saíam da prisão com ordem judicial. ""Um juiz não vai conceder
autorização se entender que ela
não deve ser dada, se não confiar
nas pessoas que fizeram a solicitação e no que será feito."
Sobre as mortes, Melo diz que a
Folha pegou apenas os casos
""emblemáticos" para a construção da reportagem. ""Às vezes
acontece tiroteio. A PM também
descobriu várias centrais telefônicas sem dar um único tiro."
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