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Vice-prefeito não "dá bola" para altura
DA REPORTAGEM LOCAL
Com 1,58 m, o vice-prefeito de
São Paulo, Hélio Bicudo, 80, diz
que só se deu conta de sua pequena estatura quando tentou se alistar no Exército. "Verifiquei que
não poderia. Foi a primeira e única vez que tive problema por causa da minha altura. No fim, foi até
uma sorte."
O vice-prefeito, advogado, ex-procurador do Ministério Público, ex-deputado e ex-membro da
Organização dos Estados Americanos diz ter herdado a baixa estatura da mãe. "Corri pela faculdade Direito, pelo Clube Atlético
Paulistano. Vou dizer aquilo de
sempre: tamanho não é documento. Nunca dei bola para isso."
Hilton Kuperman, médico do
Instituto da Criança do Hospital
das Clínicas de São Paulo, diz receber em seu consultório muitos
pacientes que querem crescer
mas que não têm problemas de
saúde. "Todos querem ser Michael Jordan [jogador de basquete
norte-americano". O conceito do
que é uma altura adequada é cultural, social".
Segundo o pediatra Jayme Murahovschi, da Sociedade Brasileira de Pediatria, para que jovens
atinjam sua altura potencial bastam alimentação balanceada, atividade física frequente e sem excessos e horas de sono suficientes.
"O hormônio do crescimento tem
seu pico de ação durante o sono".
Com 1,60 m, o educador infantil
Silem Santos Silva, 38, diz que sua
estatura também é hereditária
-o pai é baixo. "Sempre fui tranquilo em relação a isso", diz o professor, que já deu aulas para cursos noturnos. "Os alunos eram
muito mais altos, mas nunca ninguém me desrespeitou".
Silva também só lembra de apenas uma ocasião em que sua altura interferiu em sua vida. "Jogava
vôlei razoavelmente bem na escola, mas o treinador disse que não
servia para um time". Mesmo assim, Silem conseguiu vaga em um
clube, o Santo Amaro. Competiu
contra um time treinado pelo seu
ex-técnico na escola. Perdeu, mas
recebeu um convite para integrar
o time do treinador. "Aí, recusei."
(FL)
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