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PLANTÃO
Transplante de coração pode criar problema emocional
JULIO ABRAMCZYK
Os candidatos a um transplante de coração sofrem de várias
formas. Na longa espera pelo órgão doador, que pode não chegar a tempo, ou pelas dores no
pós-operatório que o recupera
para a vida normal.
Mas existe ainda um outro tipo
sofrimento, o emocional, decorrente das dificuldades psicológicas de incorporação de um órgão
enxertado em seu corpo para
substituir o coração.
Esta dificuldade é pouco abordada nos congressos da especialidade. É até possível que no 19º
Congresso Internacional da Sociedade de Transplantes de Órgãos, em agosto próximo, nos
Estados Unidos, dos 1.646 trabalhos a serem apresentados, menos de uma dezena estudem esse
importante problema relacionado à operação.
No último número da "Revista
da Sociedade de Cardiologia do
Estado de São Paulo", a psicóloga Ana Augusta Maria Pereira e
colaboradores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (José Tolentino Rosa e Nagib Haddad) analisam as repercussões
emocionais relacionadas à vinculação do paciente ao programa de transplante cardíaco.
Para os autores, o sucesso do
transplante cardíaco depende,
entre outras variáveis, do processo pelo qual o receptor lida com a
perda de seu coração e incorpora
o órgão transplantado.
No estudo das dificuldades psicológicas atribuídas pelo paciente em relação ao fato de vir a possuir o coração de outra pessoa,
os autores constataram sentimento de culpa pela morte de
outrem e ansiedades de caráter
persecutório.
Após o transplante, essas dificuldades também podem surgir
e perturbar o processo de adaptação do transplantado ao novo
coração.
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