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TARCISO LIMA (1938-2008)
O mistério do ex-zagueiro do Palmeiras
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Morreu o único torcedor
do Nacional, brincaram os
amigos. Tarciso Lima, no
fundo, não torcia pelo pequeno clube de São Paulo.
O filho achou a vida toda
que o pai, ex-zagueiro do Palmeiras, era, óbvio, palmeirense. Os amigos do pai afirmam que ele era são-paulino.
Deixou o mistério.
O certo é que Tarciso foi
daquele Palmeiras de 63 a 65,
que tinha Valdir, Djalma
Santos, Djalma Dias, Valdemar, Geraldo, Dudu, Ademir
da Guia, Gildo, Ademar Pantera, César Maluco e Rinaldo. Levaram o Paulista de 63
e o Rio-São Paulo de 65.
No banco na maioria das
vezes graças a uma lesão no
joelho, disputou 76 jogos no
período: venceu 44 vezes,
empatou 15 e perdeu 17.
Natural de Presidente Bernardes, começou cedo chutando bola de capotão nos
campos de terra batida da cidade. De lá, foi para o Botafogo de Ribeirão e, depois, para
o Palmeiras. Jogou ainda no
Guarani e treinou atletas na
Arábia Saudita e no Qatar.
Ultimamente, dava aula
para crianças carentes. Sua
segunda casa era o estádio do
Nacional, aonde ia religiosamente todos os sábados -daí
o chiste dos amigos.
Quando o viam com o filho
e perguntavam se o garoto ia
ser jogador, Tarciso dizia que
não. "Esse vai estudar." Júnior, o filho, virou fotógrafo.
De tão brincalhão, a mulher achou que estivesse de
palhaçada quando sofreu um
infarto, no dia 19. Morreu aos
70, na capital. Deixa dois filhos e um neto.
obituario@folhasp.com.br
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