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outro lado
Existe disputa política, dizem organizações de estética
DA REPORTAGEM LOCAL
Os grupos representantes da
medicina estética acreditam
que é apenas uma questão de
tempo para que sejam reconhecidos pelas entidades médicas
oficiais do Brasil.
"Chamavam a acupuntura de
picaretagem. A homeopatia era
crucificada. Hoje, são plenamente aceitas", afirma o médico Aloizio Faria de Souza, presidente da Sociedade Brasileira
de Medicina Estética desde a
fundação, no fim dos anos 80.
Souza aponta a existência de
disputas políticas. Segundo ele,
os dermatologistas e os cirurgiões plásticos querem ter a exclusividade sobre certos procedimentos médicos.
A Sociedade Brasileira de
Medicina Estética oferece um
curso de pós-graduação nessa
área por meio das Faculdades
Souza Marques, no Rio. As aulas são dadas em mais cinco capitais, incluindo São Paulo.
"Se alguma entidade médica
falar alguma coisa do curso de
pós-graduação "lato sensu" da
Souza Marques, que está totalmente regular no Ministério da
Educação, vai sofrer um processo", adverte Souza.
Isso, de fato, ocorreu. Dois
meses atrás, a Sociedade Brasileira de Medicina Estética processou o CRM-PR (Conselho
Regional de Medicina do Paraná) por ter divulgado uma nota
afirmando que os médicos que
se intitulam "esteticistas" estão
induzindo os pacientes a confundi-los com cirurgiões plásticos e dermatologistas.
A Justiça deu razão ao CRM-PR: "O fato de existir uma escola de medicina que ofereça curso de pós-graduação "lato sensu" em medicina estética não
permite reconhecer a existência dessa especialidade médica
nem autorizar que médicos se
autodenominem esteticistas
ou cosmiatras".
De acordo com a legislação
educacional, as instituições de
ensino superior autorizadas
têm plena liberdade para criar
cursos de pós-graduação.
Curso no sábado
O médico Eduardo Teixeira,
um dos diretores da Sociedade
Brasileira de Medicina e Cirurgia Plástica Estética, afirma
que a pós-graduação é uma alternativa para os médicos que
não conseguem ser admitidos
nas residências médicas.
Por ano, segundo dados oficiais, formam-se no país 10 mil
médicos. No mesmo período,
no entanto, são abertas apenas
5.000 vagas de residência.
"A pós-graduação é uma alternativa natural para a obtenção de conhecimentos complementares", diz Teixeira.
A Sociedade Brasileira de
Medicina e Cirurgia Plástica
Estética é a responsável pela
pós-graduação oferecida na
Universidade Veiga de Almeida, no Rio. Pela programação,
os médicos têm aulas teóricas a
cada duas semanas, sempre aos
sábados, e aulas práticas uma
vez por semana.
(RICARDO WESTIN)
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