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Para pais, "é caro, mas vale a pena"
DA REVISTA
Com quatro filhos estudando
no colégio Nossa Senhora das
Graças, no Itaim, a representante
de vendas Mônica Lambert Vieira
de Sousa, 36, sabe fazer as contas
na ponta da língua. "Considerando só a educação, cada filho custa
mais ou menos R$ 2.000 por mês.
Temos que pagar mensalidades,
livros, idiomas, combustível, esportes, lanchinhos", enumera.
Apesar do custo, ela e o marido,
engenheiro químico, têm certeza
de que fizeram a melhor opção.
"Vale a pena mantê-los no Gracinha, quero que todos terminem o
ensino médio lá", avalia. A mãe de
Danilo, 12, Renan, 11, Bruno, 9, e
Mariana, 7, demitiu uma das duas
empregadas em prol do ensino.
A postura de Mônica não é exceção entre os pais que mantêm
seus filhos na escola particular.
Vale a regra: é caro, mas vale a pena. Segundo a pesquisa do Datafolha, a mensalidade escolar consome, em média, 18,2% do orçamento familiar -R$ 469 é a média. Quase metade dos entrevistados (49%) considera o preço adequado e 46%, alto.
"É uma porcentagem alta da
renda dedicada à escola, o que
mostra a valorização do ensino
pela sociedade", diz Juarez Rizzieri, 61, professor da USP e ex-presidente da Fipe (Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas).
Pesquisa de orçamentos familiares da Fipe mostra que o pico
de gastos com educação é registrado na faixa dos que ganham
acima de 50 salários mínimos.
"Trata-se de um bem superior,
talvez o mais importante para o
casal que tem filhos, junto com
saúde. (...) É ela que possibilita a
mobilidade social", diz.
Mas Rizzieri considera 18% parcela muito salgada para o ensino,
por mais essencial que seja.
Calcular os gastos antes do nascimento do filho é a recomendação de Francis Brode Hesse, 45,
executivo da consultoria Planejadores Associados. "Levando em
conta que o filho vai ficar 14 anos
na escola (até o ensino médio), é
razoável jogar R$ 500 por mês para cada filho. Isso será o mínimo",
diz. "O ideal é gastar entre 10% e
15% [com mensalidades]."
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