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MARATONA
Filas e multidão são parte do lazer dos paulistanos
LULIE MACEDO
ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA
Tudo bem que domingo é dia de
descanso, mas experimente fazer
uma soma básica:
1) 30 minutos na fila do bufê de
café da manhã da padaria;
2) 20 minutos para encontrar
uma vaga para o carro no parque;
3) 40 minutos de trânsito no trajeto para o restaurante;
4) 1 h e 30 min de espera por
uma mesa no almoço;
5) 20 minutos procurando vaga
no estacionamento do shopping;
6) 60 minutos na fila da bilheteria do cinema;
7) 30 minutos para entrar na sala (e, se estiver com pouca sorte,
outros 15 minutos no banheiro
após o filme).
Resultado: 21% do dia consumido nas preliminares, e não na diversão propriamente dita.
Parece insuportável? Depende.
Para boa parte dos paulistanos,
horas de espera e filas infindáveis
fazem parte do "custo São Paulo".
Para tentar medir o rush paulistano da diversão, a reportagem foi
a bares, motel, parque, padaria,
cinema e feira em diferentes regiões da cidade. O congestionamento era o de sempre, mas o resultado foi inesperado: no lugar
da famigerada impaciência, os
entrevistados mostraram bom
humor. Claro que sempre há os
que resmungam, mas, para a
maioria, a muvuca é uma das características da cidade.
"Essa é São Paulo, o que se há de
fazer?", dizia o consultor financeiro Rafael Pasiani, 27, em sua cobiçada "happy hour" das sextas-feiras, de pé na calçada, com o chope
na mão, à espera de mesa em um
bar da Vila Madalena, zona oeste
da cidade. Levou uma hora.
A saída é criar estratégias para
minimizar os efeitos colaterais.
De Alphaville, na Grande SP, mas
freqüentadora dos cinemas da região da Paulista (centro), a consultora de recursos humanos
Thaís Rubiano, 26, preferiu sacrificar as companhias.
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