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População vai ser removida
DA REPORTAGEM LOCAL
Sebastião, Maria, Sandra, Elisete e Maria Isabel vivem há mais de
40 anos no sítio Capivari, vizinho
ao mangue de Cubatão. Os mais
novos nasceram e se criaram lá.
Ontem, porém, alguns deles já devem ter começado a deixar o local
(cuja ocupação é irregular) por
ordem da prefeitura; vão para
apartamentos construídos pelo
Estado, longe da área de preservação e da contaminação também.
Não que a presença do mercúrio e outros contaminantes impressione muito as cerca de 20 famílias que moraram durante décadas no Capivari. Até os últimos
dias por lá, eles ainda plantavam
mandioca, batata-doce, milho e
alface e comiam peixes, caranguejos e siris tirados do mangue.
"Eu me preocupo com essa história de contaminação, mas não
vou mudar meus hábitos porque
nunca senti nada de errado", diz
Maria Isabel dos Santos, 24. "Eu
nunca ouvi falar disso [presença
de mercúrio", só não como mais
parati [peixe da região" porque a
carne está mole, muito ruim",
afirma Sebastião dos Santos, 70.
A retirada da população não
tem nada a ver com a presença de
mercúrio, sustenta a prefeitura.
Os moradores do Capivari estão
entre os 200 beneficiados pela sobra de vagas em prédios da
CDHU (companhia de habitação
do governo estadual) destinados a
pessoas que vivem em áreas de
risco em Cubatão.
(MV)
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