São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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Acusado de seqüestrar jornalista é preso

DO "AGORA"

Foi preso em Itanhaém (98 km de SP) o comerciante Miguel José dos Santos, 24, considerado pela polícia um dos "maiores seqüestradores do Estado" e suspeito de chefiar a quadrilha que seqüestrou e matou o jornalista Ivandel Godinho Júnior, em outubro de 2003, na zona oeste da capital.
Com a prisão, ocorrida na última sexta, a polícia acredita ter "grandes chances" de conseguir achar o corpo do jornalista.
Segundo a polícia, o acusado confirmou ter matado Godinho. Ele é a quarta pessoa a ser presa pelo crime. Ainda há dois foragidos. De acordo com o delegado Wagner Giudice, diretor da DAS (Divisão Anti-Seqüestro), os dois foragidos foram os responsáveis pelo enterro do corpo, já carbonizado, a pedido do comerciante.
Miguel era motoboy, segundo Giudice. A trabalho, ia com freqüência ao prédio em que funciona o escritório onde Godinho atuava. "Foi ele quem escolheu a vítima, porque já havia ouvido comentários dando conta de que o Ivandel era um sujeito rico", disse Giudice.
O suspeito preso e os dois que estão foragidos utilizaram duas motocicletas para render a vítima, num cruzamento da av. Brigadeiro Faria Lima, no Itaim Bibi (zona oeste). De lá, Godinho foi levado a um cativeiro no Capão Redondo (zona sul), onde, segundo Giudice, ficou vivo por mais três ou quatro dias. "A vítima devia tomar um determinado tipo de medicamento. Na falta dele, começou a gritar e a brigar com os seqüestradores. Foi nesta situação que um dos criminosos começou a dar coronhadas na vítima, que acabou morrendo."
A morte de Godinho, segundo o delegado, não estava nos planos de Miguel: "Ele sabia que a vítima dispunha de uma quantia grande de dinheiro. Com a morte, perdeu o poder de barganha".
A família pagou resgate, em janeiro de 2004, mas não teve mais notícias do jornalista. Um ano depois, três pessoas foram presas e apontaram um local onde estaria o corpo. A polícia achou fragmentos de ossos, mas exames mostraram que eram restos de animais.
A reportagem não teve acesso ao preso, e a polícia disse que ele não apresentou advogados.
Para Ivens Godinho, irmão de Ivandel, a polícia precisa apresentar provas concretas de que o suspeito foi responsável pela morte de seus irmãos. "Onde está o corpo, a ossada? Até ter provas concretas ainda acredito que ele continua vivo e que ele vai voltar."


Colaborou a Reportagem Local


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