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Acusado de seqüestrar jornalista é preso
DO "AGORA"
Foi preso em Itanhaém (98
km de SP) o comerciante Miguel José dos Santos, 24, considerado pela polícia um dos
"maiores seqüestradores do
Estado" e suspeito de chefiar a
quadrilha que seqüestrou e matou o jornalista Ivandel Godinho Júnior, em outubro de
2003, na zona oeste da capital.
Com a prisão, ocorrida na última sexta, a polícia acredita ter
"grandes chances" de conseguir achar o corpo do jornalista.
Segundo a polícia, o acusado
confirmou ter matado Godinho. Ele é a quarta pessoa a ser
presa pelo crime. Ainda há dois
foragidos. De acordo com o delegado Wagner Giudice, diretor
da DAS (Divisão Anti-Seqüestro), os dois foragidos foram os
responsáveis pelo enterro do
corpo, já carbonizado, a pedido
do comerciante.
Miguel era motoboy, segundo Giudice. A trabalho, ia com
freqüência ao prédio em que
funciona o escritório onde Godinho atuava. "Foi ele quem escolheu a vítima, porque já havia
ouvido comentários dando
conta de que o Ivandel era um
sujeito rico", disse Giudice.
O suspeito preso e os dois que
estão foragidos utilizaram duas
motocicletas para render a vítima, num cruzamento da av.
Brigadeiro Faria Lima, no
Itaim Bibi (zona oeste). De lá,
Godinho foi levado a um cativeiro no Capão Redondo (zona
sul), onde, segundo Giudice, ficou vivo por mais três ou quatro dias. "A vítima devia tomar
um determinado tipo de medicamento. Na falta dele, começou a gritar e a brigar com os seqüestradores. Foi nesta situação que um dos criminosos começou a dar coronhadas na vítima, que acabou morrendo."
A morte de Godinho, segundo o delegado, não estava nos
planos de Miguel: "Ele sabia
que a vítima dispunha de uma
quantia grande de dinheiro.
Com a morte, perdeu o poder
de barganha".
A família pagou resgate, em
janeiro de 2004, mas não teve
mais notícias do jornalista. Um
ano depois, três pessoas foram
presas e apontaram um local
onde estaria o corpo. A polícia
achou fragmentos de ossos,
mas exames mostraram que
eram restos de animais.
A reportagem não teve acesso ao preso, e a polícia disse que
ele não apresentou advogados.
Para Ivens Godinho, irmão
de Ivandel, a polícia precisa
apresentar provas concretas de
que o suspeito foi responsável
pela morte de seus irmãos.
"Onde está o corpo, a ossada?
Até ter provas concretas ainda
acredito que ele continua vivo e
que ele vai voltar."
Colaborou a Reportagem Local
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