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Palmeiras se tornam marca das administrações petistas
DA REPORTAGEM LOCAL
As palmeiras se transformaram
numa espécie de marca das administrações municipais petistas, de
porte comparável ao de programas sociais como o Renda Mínima. Com uma diferença: são mais
visíveis. Em cidades administradas pelo partido, como Piracicaba, Ribeirão Preto e Santo André,
há fileiras de palmeiras imperiais.
Entre as obras urbanas, as de
paisagismo são das mais rápidas
de executar, além de baratas. O
efeito psicológico de um novo jardim, dizem os especialistas, pode
ser mais forte do que o de uma
passarela, apesar de a última ter,
aparentemente, mais utilidade.
Em Santo André, região do ABC
paulista, a gestão do prefeito Celso Daniel, assassinado em janeiro,
plantou palmeiras por toda a cidade. O nome do projeto era
idêntico ao de São Paulo: Centros
de Bairro. Uma das explicações
pode ser o fato de o presidente da
Emurb, Maurício Faria, ter sido o
diretor de Desenvolvimento Urbano da cidade na época.
Lá, as palmeiras também motivaram polêmicas. A certa altura, o
vereador de Santo André Ricardo
Alvarez, do PT, enviou requerimento à prefeitura pedindo mais
informações sobre as plantas e
também sobre os "cemitérios" de
árvores que se espalhavam pela
cidade, onde ficavam as que não
resistiram à pressa do transplante.
A resposta assinada por Daniel
ao requerimento afirmava que o
palmeiral começou a ser introduzido em Santo André em 1997 e
que até aquele momento haviam
sido gastos, pelo município, R$
490 mil apenas com as plantas.
As palmeiras da cidade do ABC,
apesar de imperiais como as de
São Paulo, custaram bem menos.
De acordo com resposta de Celso
Daniel datada de abril de 2001, foi
pago pelas plantas de R$ 100 a R$
850 a unidade.
O mercado de plantas é como
outro qualquer: as mais procuradas sobem de preço. O paisagismo petista, além de mudar rapidamente a cara das cidades administradas pela legenda, pode contribuir para inflacionar a cotação
da imperial. "Para ser sincera, eu
nem sabia que era possível comprar tantas ao mesmo tempo", diz
a paisagista Rosa Grena Kliass.
As palmeiras têm efeito psicológico peculiar em um projeto, segundo os especialistas: denotam
poder, exuberância e exotismo.
No Brasil, diz Felisberto Cavalheiro, da USP, as espécies estão
muito híbridas. "É raro encontrar
exemplares como os da praça Ramos, no centro de São Paulo.
Aquelas são centenárias. Será difícil para as atuais atingir o mesmo
efeito, a mesma plasticidade."
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