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Mortalidade infantil cai em São Paulo, mas taxa ainda é alta
Índice é de 13,1 mortes a cada mil nascidos vivos; índice ideal seria de apenas um dígito, como em países desenvolvidos
Para o governador José Serra, a queda se deve aos programas de vacinação e ao atendimento pré-natal, entre outros pontos
EM SÃO PAULO
O Estado de São Paulo registou pela segunda vez consecutiva sua menor taxa de mortalidade infantil. Em 2007, o índice foi de 13,1 mortes a cada mil
nascidos vivos, o que representa uma queda de 11,5% comparado a 2003.
Apesar de o governo comemorar a redução, a taxa ainda é
alta se comparada a países como Estados Unidos (5) e Portugal (7). O governo do Estado
ainda não tem previsão de
quando o índice poderá cair a
menos de dois dígitos, como em
países desenvolvidos.
O saneamento no litoral, nas
favelas e em pequenas cidades,
além das condições do parto e
da saúde da mãe, é um dos
maiores desafios para reduzir a
mortalidade, segundo o governador José Serra (PSDB).
Os dados da mortalidade infantil no Estado em 2007, o
mais recente, reunidos pelo
Seade foram divulgados ontem
por Serra e pelo secretário de
Saúde do Estado, Luiz Roberto
Barradas Barata. Em 2006, a
taxa ficou em 13,3 mortes a cada mil nascidos e, em 2005, em
13,4. Para o governador, a queda se deve aos programas de vacinação e ao atendimento pré-natal, entre outros pontos. "Em
um Estado como São Paulo, o
avanço foi grande. As causas
maiores agora estão localizadas
no parto, nas condições de saúde das mães", afirmou Serra.
Para Barradas, o esforço de
redução depende de melhorar
as redes de saneamento e aperfeiçoar a atenção na saúde.
Nenhuma das 17 regiões do
Estado conseguiu atingir, na
média, menos de dois dígitos da
taxa de mortalidade. "Quanto
menor a mortalidade, mais difícil é baixá-la", disse Barradas.
O melhor resultado no Estado está na região de Barretos
(taxa de 10,3), seguida de Araraquara (10,7) e Presidente
Prudente (11).
Já a região da Baixada Santista tem a pior situação: taxa de
mortalidade de 18,7. Nesta
área, disse Serra, o governo tem
investido R$ 1,2 bilhão em um
dos maiores projetos de saneamento do Estado, que se estende de Bertioga a Peruíbe.
Na região metropolitana de
São Paulo, das 39 cidades, apenas quatro têm níveis menores
que dez. A capital está em 12,6.
A queda no Estado segue
uma tendência nacional, na
opinião do pediatra Luiz Cervone, diretor clínico do Hospital São Luiz - unidade Anália
Franco. Apesar dos avanços, segundo ele, faltam políticas públicas e gestão na saúde. "Fazer
programas de pré-natal e de redução da gravidez na adolescência pode ser mais efetivo do
que construir um hospital."
(JULIANA COISSI)
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