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População ajudará a fiscalizar lei, diz secretário
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Luiz Roberto
Barradas Barata, afirma que o
cumprimento da lei que proíbe
o cigarro em lugares fechados,
se aprovada pelos deputados,
será fiscalizado pelo poder público e pela própria população.
"Qualquer pessoa poderá denunciar locais que descumprirem a lei", diz.
(RICARDO WESTIN)
FOLHA - Esse projeto de lei não fere
a liberdade individual do fumante?
LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA - E
a liberdade individual da imensa maioria que não fuma? A restrição é uma tendência mundial. A fumaça não respeita
fronteiras e já está comprovado
que os fumódromos não são
eficazes no isolamento dos poluentes. Por isso, não acredito
que o projeto de lei seja duro.
FOLHA - Aprovada a lei, como o governo fiscalizará o cumprimento?
BARRADAS - A fiscalização será
definida com a regulamentação
da lei. E a própria população irá
ajudar. Qualquer pessoa poderá denunciar locais que descumprirem a lei. Teremos a Vigilância Sanitária, o Procon e a
polícia envolvidos. Queremos
ainda mobilizar os municípios.
As penalidades são severas.
FOLHA - O sr. já ouviu queixas?
BARRADAS - Não ouvi reclamação. Pelo contrário, entendo
que a maioria da população vá
concordar. Caso a lei seja aprovada -e acreditamos que será-, os estabelecimentos e as
pessoas terão de se adaptar. Isso é perfeitamente possível,
ainda que no início haja certa
resistência ou dificuldade. Os
fumantes se adaptaram às leis
que proibiram fumar dentro de
aviões e cinemas, por exemplo.
FOLHA - A tendência é que no futuro não haja fumantes?
BARRADAS - É uma tendência.
Quando isso ocorrer, as pessoas
viverão mais e melhor. Evidentemente que não ocorrerá em
poucos anos, mas possivelmente em algumas décadas. Em
1989, o número de fumantes representava 29% da população
brasileira; hoje, quase 20 anos
depois, o índice caiu para 20%.
Penso que haverá um dia em
que jornais e revistas irão mencionar o estranho hábito que
persistiu até o século 21 em que
as pessoas sugavam um bastão
de papel para depois soltar a fumaça. E que morriam de forma
lenta e dolorosa em razão disso.
FOLHA - O sr. fuma?
BARRADAS - Não, nunca fumei
na minha vida.
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