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PLANTÃO MÉDICO
Medo de operação é ligado à anestesia
JULIO ABRAMCZYK
Um doente que vai ser submetido a uma operação tem maior
preocupação com a anestesia, e
não com a própria cirurgia ou o
cirurgião, relatam David Royston
e Felicia Cox na revista "The Lancet" (2003;362:1648-58).
O estudo aborda o ponto de vista dos pacientes em relação à
anestesia. Eles temem não acordar depois da operação ou ficar
acordados e conscientes no ato
operatório. A realidade, entretanto, é que esses fatos são extremamente raros numa anestesia geral.
A preocupação dos pacientes
está relacionada também ao resultado da cirurgia e ao conforto
antes, durante e depois da intervenção. O resultado é da área do
cirurgião. Mas o conforto pré, per
e pós-operatório ficará sob os cuidados do anestesista.
A anestesia avançou extraordinariamente como especialidade
médica desde a primeira intervenção, com éter, realizada por
William T. Morton em 1846. Nos
últimos 50 anos, a mortalidade relacionada à anestesia caiu substancialmente. E o progresso tornou possível que neste ano se esteja comemorando o 50º aniversário da primeira cirurgia cardíaca a céu aberto de ponte de safena.
Mas foi a partir de 1970, com a
introdução da monitorização cardíaca e demais controles vitais,
que os acidentes relacionados ao
ato anestésico diminuíram amplamente, se não eliminados. Para
Royston e Cox, os receios não são
justificados. O importante, concluem, é melhorar a informação
pré-operatória aos pacientes.
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