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Bairro teve o último bonde
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Segundo se conta, o Brooklin
teria sido batizado assim pela
Light, empresa que operava os
bondes elétricos, em homenagem
ao bairro de Nova York. Até 1913,
quando os elétricos começaram a
circular, era conhecido apenas como a "quinta parada" do bonde,
que, no princípio, chegava à praça
João Mendes e, a partir da década
de 1960, à Vila Mariana.
José Mindlin supõe que a denominação, na verdade, se deva aos
norte-americanos do sul que vieram para São Paulo depois de perder a guerra civil (1861-1865) e cita um dos livros de sua biblioteca
para comprovar: "Brazil: a Home
for Southerners" (Brasil: um Lar
para os Sulistas), de 1865.
Colecionador desde os 13 anos,
Mindlin tem obras raras sobre a
cidade, como o livro de fotos "São
Paulo", de Gustavo Koenigswald,
de 1895, e um anuário estatístico
manuscrito, de 1827, com informações sobre transporte, agricultura e o cotidiano dos paulistanos.
As origens do bairro remontam
a 1822, quando foi construída sua
primeira casa por um certo Chico
Mimi, proprietário de uma fazenda na região. Mas a ocupação de
fato veio aos poucos: por volta de
1906, havia apenas três casas e o
ponto do bonde, movido a vapor.
O bonde elétrico vermelho, apelidado "camarão", circulou até
1968 -foi a última linha da capital a ser desativada. Até hoje Mindlin lamenta não ter sido conservada para o metrô, que o bairro
ainda não possui. "Foi falta de visão do Prestes Maia [prefeito de
1938 a 1945 e de 1961 a 1965], que
era um urbanista, mas não tinha
idéia do futuro", critica.
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