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RUBENS RESSTEL (1919-2008)
Da 2ª Grande Guerra à conspiração de 64
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Castello Branco, marechal,
18º presidente desde a instauração da República, achava-o uma pessoa valente. O
recebedor do elogio era Rubens Resstel, general-de-brigada, veterano da FEB (Força Expedicionária Brasileira)
na Segunda Guerra Mundial.
Foi na Itália que se conheceram, quando dividiram a
mesma trincheira contra as
forças alemãs. Por sua atuação na guerra, ganhou várias
condecorações, como a Medalha de Sangue, por ter se
ferido em combate.
Anos mais tarde, durante o
conturbado ano de 1964, juntaram-se novamente para
derrubar um inimigo comum: João Goulart, advogado, 17º presidente desde a
instauração da República.
Resstel, ainda coronel na
época, era da turma dos militares conspiradores. Politicamente ativo, tinha fortes
ligações com civis em São
Paulo contrários a Jango.
Dizia que os conspiradores
chegaram a planejar um possível seqüestro ao general
Kruel, comandante da guarnição em São Paulo e compadre de Jango, caso ele não
aderisse ao golpe. Mas não
era da linha-dura. Nunca teve ligações com o aparelho
de repressão do Estado -era
conhecido pela disciplina.
Natural de Jaú, interior de
São Paulo, chegou a trabalhar no SNI (Serviço Nacional de Informações) e a chefiar uma estatal elétrica.
Morreu no dia 23, aos 88
anos, no Hospital Geral de
São Paulo, vítima de problemas cardíacos. Deixa um filho e dois netos.
obituario@folhasp.com.br
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