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Homicídios caem em SP, mas PM mata mais
No primeiro semestre, número de assassinatos caiu 13% no Estado; mortes causadas por policiais em serviço subiram 21,2%
Casos de roubo e latrocínio aumentaram no período; pesquisador credita queda nos homicídios ao maior investimento do Estado
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de homicídios dolosos manteve no semestre
passado a tendência de queda
verificada no Estado de São
Paulo desde 1999, segundo dados divulgados ontem pelo governo José Serra (PSDB).
A comparação com o mesmo
período do ano passado, no entanto, revela que a Polícia Militar está matando mais e que
houve pequeno aumento nos
roubos e latrocínios.
O Estado registrou 2.183 assassinatos no primeiro semestre, uma redução de 13% em relação a igual período de 2007,
quando houve 2.509 casos. A
redução foi uniforme, tanto em
São Paulo como no interior.
Na cidade de São Paulo, o número de assassinatos caiu de
777 para 630, enquanto no interior do Estado decresceu de
1.011 para 884 casos.
As demais cidades da região
metropolitana também acompanham a tendência, com 52
registros a menos neste ano.
Outro dado positivo da estatística: o número deste ano representa menos da metade das
4.521 mortes ocorridas entre
janeiro e junho de 2004.
O número de mortes por
PMs em serviço passou de 170
para 206 (21,2% a mais), na
comparação entre o primeiro
semestre de 2007 e o de 2008.
São muitos casos, mas bem
abaixo das 290 mortes atribuídas a policiais militares em
2006, ano em que a PM reagiu
aos ataques da facção criminosa PCC. Quatro anos atrás, o
número de mortos por PMs no
primeiro semestre foi de 254.
A quantidade de policiais militares mortos durante o expediente se manteve em 12 casos.
No mesmo período de 2006, foram 19 casos de policiais assassinados.
Latrocínios
Os casos de latrocínios (roubo seguido de morte) voltaram
a subir no período analisado, de
113 para 125, mas continuam
abaixo dos anos anteriores. Em
2005, houve 174 nos primeiros
seis meses do ano.
Embora haja uma linha decrescente dos casos mais violentos, o Estado de São Paulo
ainda não conseguiu combater
com a mesma eficiência os chamados crimes contra o patrimônio, os roubos e furtos.
Os casos de roubo, por exemplo, saltaram de 109.686 para
113.103 entre o ano passado e
este ano, quase voltando aos
mesmos patamares de 2004,
quando no primeiro semestre
houve 112.584 ocorrências.
Os furtos, quando não há
ameaça à vítima, caíram de
269.027 para 262.649 casos,
mas em um ritmo bem menor
do que o dos assassinatos.
Para o pesquisador Cláudio
Beato, da UFMG (Universidade
Federal de Minas Gerais), os
dados confirmam resultados da
política de segurança pública
que vem sendo implantada no
Estado, com mais investimentos do governo paulista.
Beato credita parte da queda
de crimes violentos à apreensão de armas ilegais e ao número de criminosos presos pela
polícia de São Paulo. A polícia
paulista é conhecida como a
que mais prende no país.
Somente no primeiro semestre a polícia tirou de circulação
10.377 armas, contra 12,2 mil
no mesmo período de 2007.
Também foram presas até junho 26.302 pessoas, entre casos de flagrante e de mandados.
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